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Usina de Belo Monte

Ao completar quatro anos, a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba busca se reinventar em 2018 e avança sobre supostos crimes em negócios do governo federal nas áreas de energia e rodovias. Depois de revelar mais de R$ 40 bilhões em desvios na Petrobrás e conseguir a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerado o maior beneficiário da corrupção sistêmica, as investigações na estatal desaceleraram e caminham para um fim – apesar do ainda volumoso número de processos abertos na Justiça Federal e inquéritos abertos. O movimento é criticado por criminalistas que apontam excessos. “A Lava Jato não é uma operação de investigação sobre Petrobrás. Ela chegou à Petrobrás, assim como chegou a diversos outros esquemas, alguns deles, como tráfico de drogas, que foram condenados na 13.ª Vara Federal, dentro da Lava Jato”, argumentou o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, o mais antigo do grupo de 13 membros do MPF. “Enquanto houver reconhecimento da conexão, por parte do juízo, a investigação é da Lava Jato.” As duas últimas operações de Curitiba – batizadas de Integração e Buona Fortuna – vão além dos crimes em contratos na Petrobrás, marca da Lava Jato originária – deflagrada pela primeira vez em 17 de março de 2014. A mais recente, a 49.ª fase, apura suposta propina de R$ 15 milhões ao ex-ministro da Fazenda Delfim Netto e é parte de uma investigação mais ampla que tem como citados membros do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, como o ex-diretor da Eletrobrás Valter Cardeal, e a ex-ministra Erenice Guerra, além de lideranças do MDB. O procurador da República Diogo Castor de Mattos, um dos mais novos entre os integrantes da força-tarefa, conduz uma dessas frentes: a que prendeu executivos do Grupo Triunfo e de sua concessionária de rodovias, a Econorte. Segundo ele, a Lava Jato tem convicção que há conexão com o caso Petrobrás por “relação comum entre operadores financeiros” e também “conexão por territorialidade”, já que as empresas estão no Paraná. Em quatro anos de Lava Jato, não é a primeira vez que a força-tarefa apura crimes fora da Petrobrás. “Teve um precedente do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do ex-deputado federal André Vargas, que também não tinha relação com a Petrobrás”, lembra Mattos. O caso é o de corrupção no setor de informática da Caixa Econômica Federal, em processo em que o petista foi condenado em 2015. Fonte: Estadão

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