A Mattel, marca de brinquedos responsável pela boneca Barbie, que vende anualmente cerca de 95 milhões de exemplares anualmente tomou uma decisão no ano passado de mudar a percepção do público sobre seu principal produto.
Criada em 1959, a figura da Barbie, além de bonecas e acessórios possui uma bem-sucedida franquia de desenhos animados e outros produtos relacionados.
No ano passado, a marca anunciou a expansão da sua linha, incluindo três novos tipos de corpo – baixa, alta e curvilínea – além de uma variedade de tons de pele, estilos de cabelo e roupas. A Mattel também lançou uma campanha estrelada por um grupo de crianças que incluía um menino.
Nos últimos meses vieram as mudanças mais radicais, foi lançada a primeira Barbie de hijab, o véu islâmico que cobre a cabeça. Oficialmente a boneca é uma representação da esgrimista Ibtihaj Muhammad, medalhista olímpica em 2016 pelos Estados Unidos. Mas sinaliza a busca da marca pela aceitação dentro do que seria politicamente correto.
Na semana passada, uma foto publicada no perfil oficial da Barbie no Instagram mostra duas bonecas juntas: uma delas é a versão clássica, loira, e a outra é uma homenagem à blogueira de moda Aimee Song. Na camiseta de ambas está a frase “love wins” [O amor vence], slogan amplamente difundido como hashtag em 2015, quando o casamento gay foi legalizado nos Estados Unidos.
Obviamente isso teve grande repercussão. Muitos seguidores questionaram se, finalmente, a Barbie tinha assumiu sua homossexualidade. Diversos internautas ironizaram, perguntando onde estava o Ken, boneco que foi comercializado como namorado da Barbie. A marca não confirmou se irá lançar uma boneca que é adepta das relações homoafetivas, mas diz que a venda da peça como a da postagem terá 50% da renda revertida para o Trevor Project, ONG ativista dos direitos LGBT.
Especialistas do mercada acreditam que essas “novas Barbies” buscam uma aproximação com a realidade e visam alavancar as vendas, que vem caindo por causa da concorrência de outros brinquedos mais modernos. A comercialização das bonecas despencou 20% entre 2012 e 2014.
Por outro lado, a questão preocupa pais conservadores pois consideram que esse tipo de ideologia associada aos brinquedos tem o poder de influenciar as crianças desde cedo, incluindo questões que elas não têm condições de avaliar corretamente. Com informações das agências