Foto: Fabio Motta/Estadão

O ministro da Defesa, Raul Jungmann

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta quarta-feira, 20, um convite ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos sobre as declarações do general do Exército Antônio Hamilton Mourão. Em palestra na semana passada, o militar afirmou que seus “companheiros do alto comando do Exército” entendem que uma “intervenção militar” poderá ser adotada se o Judiciário “não solucionar o problema político”. A convocação do ministro foi requisitada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mas transformada em convite durante a reunião do colegiado na manhã de hoje. No pedido, Randolfe critica “a absurda e inquietante omissão do governo, em relação a essa afronta direta à Constituição e à democracia”. “De fato, não ouve notícia, até o presente momento, de quaisquer reações do ministro da Defesa e do Presidente da República, no que tange a essa grave ameaça às instituições democráticas brasileiras”, diz Randolfe no requerimento. Em entrevista ao Estado no domingo, Mourão explicou, no entanto, que não estava “insuflando nada” ou “pregando intervenção militar” e que a interpretação das suas palavras “é livre”. Ele afirmou que falava em seu nome, não no do Exército. Após as declarações, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse que “não há qualquer possibilidade” de intervenção militar. “Desde 1985 não somos responsáveis por turbulência na vida nacional e assim vai prosseguir. Além disso, o emprego nosso será sempre por iniciativa de um dos Poderes”, afirmou Villas Bôas, acrescentando que a Força defende “a manutenção da democracia, a preservação da Constituição, além da proteção das instituições”. Estadão Conteúdo

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