Foto: Divulgação

Nestor Cerveró

Pelo menos 8 delatores da Operação Lava Jato – condenados pelo juiz federal Sérgio Moro – foram ouvidos, ou estão em tratativas, de acordos de colaboração com autoridades de investigação dos Estados Unidos, Itália, Suíça e Peru. O objetivo é identificar pessoas, empresas e bancos envolvidos com a movimentação de parte dos R$ 6,4 bilhões de propinas, desviadas da Petrobrás, entre 2004 e 2014, que circulou em contas – algumas delas secretas – não só de paraísos fiscais, mas de países em que as leis contra os crimes financeiros são severas. Foram ouvidos ou procurados para prestarem depoimentos quatro ex-funcionários da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, Nestor Cerveró, ex-diretor de Internacional, Eduardo Musa, ex-gerente de Internacional e ex-Sete Brasil, e Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia. Estão na lista ainda pelo menos dois executivos do cartel, Augusto Mendonça, dono do Grupo Setal, e Eduardo Leite, ex-executivo da Camargo Corrêa. Além dos operadores de propinas Alberto Youssef, doleiro, e Julio Camargo, lobista. Nos Estados Unidos – onde o combate à lavagem de dinheiro virou prioridade, depois dos ataques do 11 de Setembro, em 2001 -, as conversas de membros do Departamento de Justiça com delatores da Lava Jato tiveram como foco a identificação de pessoas físicas e jurídicas que praticaram crimes em território norte-americano, apurou o Estado. As colaborações são feitas individualmente com os delatores, via defesas, sem a participação oficial dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato ou de órgãos do Ministério da Justiça. Não há acordo de cooperação internacional, nesses casos, como o feito quando é pedida a quebra de sigilo bancário de uma conta na Suíça, por exemplo – que são feitas via Ministério da Justiça. As tratativas individuais com os delatores são feitas com base em acordo bilateral entre Brasil e Estados Unidos, de cooperação, que permite que o Departamento de Justiça norte-americano busque individualmente os investigados, que podem evitar serem alvo de processo naquele país. Fonte: Estadão

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