Ainda cumprindo pena do mensalão, Dirceu já foi condenado a mais de 20 anos de prisão na Lava Jato. Mas cabe recurso

Presos pela Operação Lava Jato desde o ano passado, os petistas José Dirceu e João Vaccari Neto sugeriram a correligionários que a sigla faça um acordo de “leniência partidária”, informa a Folha de S.Paulo. A proposta, segundo a reportagem, foi apresentada ao menos a dois deputados do partido e a dois advogados.

“Não sei se foi o Dirceu que pensou nisso, mas ele defende. Pensamos nessa possibilidade e em outras. declarou Roberto Podval, advogado do ex-ministro, à Folha.

Pelo acordo de leniência, empresas assumem crimes e colaboram com as investigações. Em troca, pagam multas, mantêm a possibilidade de fazer contratos com o governo e seus executivos podem aderir ao acordo, com redução da pena ou até perdão judicial. É uma espécie de delação premiada, só que para pessoas jurídicas (empresas).

Conforme a reportagem, Dirceu e Vaccari defendem que outros partidos envolvidos na Lava Jato também façam o acordo de leniência. Esta é a primeira vez que petistas cogitam que a sigla assuma ter praticado crimes e faça uma espécie de autocrítica desde que surgiram as denúncias de desvios na Petrobras.

A leniência também é apontada como alternativa ao PT caso o partido seja condenado a pagar multas que o inviabilizem. De acordo com a Folha, a proposta enfrenta resistência entre petistas. “Não vejo sentido, já que não temos notícia de que políticos do PT agiram para beneficiar empresas em troca de dinheiro e vemos as atividades do Vaccari como legais”, disse ao jornal o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que esteve com Vaccari e Dirceu semana passada.

Leia a reportagem na Folha de S.Paulo

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