por Mateus Novais/Blog da Resenha Geral

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O novo racionamento que o município de Vitória da Conquista vai começar a enfrentar, a partir da próxima semana, é fruto de três importantes fatores: a seca, a irrigação e a incompetência. Esta última é a mais lamentável, principalmente pelos avisos que a natureza e os técnicos vêm dando ao longo de quase uma década.

A barragem de Água Fria 2 foi feita em 1999, o horizonte do projeto é de 20 anos, ou seja 2018. Prevendo esse problema, em 2012, os técnicos da Embasa adiantaram o projeto de uma nova barragem, a do Catolé, que deveria ser concluída em cinco anos. Enquanto isso, a adutora do Rio Catolé, implantada em fevereiro de 2014, ajudaria a sanar os efeitos do crescimento de Vitória da Conquista. Mas os castigos pela omissão vieram como já esperados.

O Rio Catolé apresentou claros sinais de saturação – a adutora do Catolé que já representou 45% da oferta de água no município, oferta hoje apenas 20%. Somado a isso, Água Fria 2, está só com 2,6 milhões/m³, 39% da capacidade total de 6,458 milhões/m³.

Ainda com estes sinais negativos, nessa meia década, nenhuma pedra foi edificada onde deveria funcionar a nova barragem. A Embasa diz que o problema é falta de interesse das construtoras. “Este projeto está pronto desde 2012 e foi licitado no final de 2013 e a Embasa vem tentando contratar uma empresa para adiantar esse processo, para quando chegar em 2018 estarmos com essa nova barragem. Por problema da economia do país, a gente não conseguiu nenhuma empresa interessada em construir a barragem. A Embasa está com o projeto pronto, com o recurso alocado, mas não tem conseguido ninguém interessado”, explica Álvaro Aguiar, gerente local da Embasa.

A Empresa também aponta que o projeto está sendo revisado e adequado para se tornar atrativo às empresas. Mas a certeza é de que não haverá uma nova barragem pelos próximos cinco anos. Ou seja, o problema do abastecimento promete ser cíclico.

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