Texto estabelece parâmetros para a execução do Orçamento, mas destinação dos recursos só deverá ser votada no ano que vem

Gabriel Castro, de Brasília
Plenário da Câmara aprova projeto Mais Médicos

Plenário da Câmara (Banco de imagens da Câmara dos Deputados/VEJA)

O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015. A proposta estabelece a meta de superávit para o ano que vem e define regras para os gastos públicos. É pouco provável, entretanto, que os parlamentares votem ainda neste ano a Lei Orçamentária Anual (LOA), que detalha a distribuição dos recursos.

Pelo texto aprovado, a meta do superávit primário – valor a ser poupado para o pagamento de dívidas – do governo federal será de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a 55,3 bilhões de reais. Na versão inicial enviada pelo governo ao Congresso em abril, o montante previsto era de 86 bilhões de reais. A redução foi atribuída à queda na arrecadação.

A LDO prevê 9,7 bilhões de reais em emendas parlamentares (1,2% da Receita Corrente Líquida). O texto também define que o governo não poderá contingenciar recursos para programas como as pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapa), a proteção a povos indígenas isolados e a participação do Brasil em missões de paz. A lei aprovada pelo Congresso cria ainda a carreira do perito federal agrário.

Entenda por que a manobra fiscal criou tamanha confusão

No ano passado, a Lei de Diretrizes Orçamentárias foi aprovada no dia 21 de novembro. O atraso na votação da LDO de 2015 deve-se à manobra fiscal do governo para acobertar odescumprimento da meta de superávit para 2014. A Comissão Mista de Orçamento e o Congresso destinaram várias sessões nas últimas semanas ao debate sobre a alteração na LDO do ano passado. Com isso, o cronograma do Orçamento de 2015 ficou prejudicado. O início do recesso parlamentar está marcado para terça-feira.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece os critérios para a execução do orçamento do ano seguinte. Já a distribuição dos recursos entre os órgãos públicos depende da Lei Orçamentária Anual, que o Congresso só deve aprovar em 2015. Dessa forma, o governo começará o ano com os investimentos prejudicados e podendo gastar apenas o chamado duodécimo (1/12 do total do orçamento a cada mês) para pagar salários e despesas de custeio. As informações são da Veja

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