A Operação Lava-Jato abortou um negócio que daria à Mare Investimentos, sociedade do ex-presidente do BNDES Demian Fiocca com o ex-presidente da BR Distribuidora Rodolfo Landim, o controle acionário da Ecoglobal Ambiental, empresa que havia assinado um contrato de R$ 444 milhões com a Petrobras. Os entendimentos foram interrompidos em abril, depois que a Polícia Federal encontrou uma ligação da Ecoglobal com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, ambos presos. Agora, um novo inquérito deverá apurar os interesses em torno da empresa, disse o procurador regional da República Carlos Fernando Santos Lima, um dos responsáveis pela Lava-Jato no Paraná. Ele pretende chamar para depor o sócio majoritário da Ecoglobal, Vladimir Silveira.

O Ministério Público Federal suspeita que o contrato, assinado em julho de 2013 para prestação de serviços em testes de poços em alto mar, revele mais um braço de irregularidades nos negócios da Petrobras. Ao Globo, Vladimir Silveira contou que, desde que vencera a licitação, enfrentava exigências crescentes da estatal, como o veto à compra de equipamentos chineses. Obrigado a buscar sócios para financiar os investimentos necessários para cumprir o contrato, foi assediado por Youssef.

— Esta é a base de toda a corrupção. O grupo procurava empresas para negociar já sabendo que haveria aditivos a seus contratos. Ainda não investigamos o caso específico da Ecoglobal, mas os esquemas são sempre assim: o contrato começa de um jeito e acaba de outro — explicou o procurador.  Procurados pelo Globo, Fiocca e Landim não quiseram dar entrevista. Fonte: o Globo

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