No mesmo dia em que a cabeleireira Luciene Domingues, de 50 anos, raspou o cabelo durante o tratamento de um câncer de mama, o marido, os três filhos, o genro e o neto dela fizeram uma surpresa e surgiram também todos “carecas”. A família do município de Itapipoca, a 117 quilômetros de Fortaleza, deu a um momento difícil uma “dose alta” de autoestima e apoio. “Foi tão emocionante, uma demonstração de amor, de carinho. Uma forma de dizer: ‘Estamos juntos’. Me encorajou muito. Tive mais força para seguir em frente” diz a cabeleireira.
Por ter um tipo de câncer raro e mais agressivo, os efeitos após um dia da primeira sessão de quimioterapia fizeram com que a cabeleireira decidisse logo raspar o cabelo. “Os fios começaram aparecer nas minhas mãos, no travesseiro. Não queria ver o cabelo caindo ainda mais”, conta. Luciene que trabalhava com a beleza e adora cores e estampas fortes agora já coleciona lenços e perucas. “Os médicos dizem que toda vez que a gente chora, a imunidade baixa. Toda vez que compro ou ganho um chapéu ou lenço, minha imunidade sobe”, brinca.
Para a cabeleireira, que descobriu o câncer após exames no mês de fevereiro, a vontade de enfrentar e se curar da doença ganha mais força com o apoio da família. “O amor, o carinho ajuda muito. Acho que 90%. Quando estou ficando triste, vejo todos carequinhas, solto logo um sorriso. Quero deixar uma lição de fé e superação”, afirma Luciene.
Fonte: G1