SAN FRANCISCO – O Facebook considera incorporar as fotos do perfil da maior parte de seus 1 bilhão de membros em sua base de reconhecimento facial, expandindo o escopo desse controverso recurso da rede social. A rede social disponibilizou em sua página oficial a nova versão da política de uso de dados , que entrará em vigor em setembro de 2013.
A decisão, divulgada em uma atualização de sua política de uso de dados, tem como objetivo melhorar a ferramenta de sugestões de marcação em imagens publicadas na rede social. O mecanismo utiliza tecnologia de reconhecimento facial para indicar a presença de amigos e conhecidos que aparecem em fotos.
A tecnologia atualmente identifica rostos automaticamente nas fotos publicadas ao compará-los com fotos anteriores nas quais os usuários foram marcados. Os usuários do Facebook podem escolher remover as marcações que os identificam em fotos publicadas por terceiros.
As mudanças ocorrem em meio a uma polêmica sobre as políticas de privacidade do Facebook e de outras empresas de internet, que surgiu após asdenúncias de que os Estados Unidos mantém um programa de espionagem de internautas .
Facebook, Google e outras empresas afirmam nunca ter participado de qualquer programa que desse ao governo acesso direto a seus servidores e que só fornecem informação como resposta a pedidos específicos, de acordo com a lei.
A diretora de privacidade do Facebook, Erin Egan, afirma que adicionar fotos do perfil dos membros daria aos usuários mais controle sobre sua informação pessoal, tornando mais fácil identificar as fotos em que aparecem. “Nosso objetivo é facilitar a marcação para que as pessoas saibam quando há fotos delas no nosso serviço”, disse Egan.
A executiva acrescentou que os usuários não confortáveis com a tecnologia de reconhecimento facial poderão desabilitar a opção. Neste caso, a foto do perfil da pessoa não será adicionada é base de dados de reconhecimento facial. Contudo, por padrão, o recurso estará habilitado para todos os usuários.
A ferramenta de reconhecimento facial tem sido uma questão polêmica para as empresas de tecnologia, levantando preocupações de autoridades e especialistas. A sugestão de marcação, introduzida pela empresa em 2011, não está disponível na Europa devido a preocupações de reguladores do continente.
Anúncios personalizados
O Facebook também reescreveu totalmente a parte de sua Declaração de Direitos e Responsabilidades que aborda a forma como o Facebook pode usar as informações pessoais dos usuários para personalizar anúncios. De acordo com o texto, caso o internauta continue usando o Facebook a partir da publicação da nova versão, concede permissão à rede social para usar seu nome, imagem do perfil, além de conteúdo e informações relacionadas a marcas em anúncios.
“Isto significa que, por exemplo, você permite uma empresa ou outra entidade a nos pagar para exibir seu nome e/ou imagem do perfil com seu conteúdo ou informações, sem qualquer compensação à você”, diz o texto da nova versão da declaração , exibida no site. O mesmo trecho, no entanto, afirma que o Facebook “não cederá conteúdo ou informações que pertencem a você para anunciantes sem seu consentimento”.
*Com informações da Reuters.