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É senso comum que os jovens são fundamentais para o futuro do país. No entanto, há de se concordar que não é só em benefício do futuro que devemos incentivar e apostar no potencial criativo e operacional desses futuros adultos. Olhando pelo Brasil a fora, é possível encontrar histórias de jovens que também querem ser atores do presente e colocam suas ideias em prática através de ações que provocam mudanças atuais e positivas para toda a comunidade.
Conheça  aqui alguns destes jovens e seus projetos pensados para  mudar a realidade e solucionar, de maneira criativa, os conflitos do cotidiano.

Gizele Martins

Gizele Martins, de 27 anos, é jornalista e possui dupla jornada de trabalho. Além de atuar formalmente em uma empresa de comunicação, a jovem é coordenadora e jornalista responsável por “O Cidadão”, jornal comunitário do conjunto de favelas da Maré no Rio de Janeiro, onde atua há 10 anos como voluntária, e segue defendendo sua paixão: a comunicação comunitária.

Gizele Martins (Foto: Divulgação / Gizele Martins)
Gizele Martins (Foto: Divulgação/Gizele Martins)

Ao entrar para o jornal “O Cidadão”, quando tinha 17 anos, Gizele notou o quanto se identificava com os depoimentos daqueles que viviam em sua comunidade. Percebendo a capacidade de mobilizar e promover mudanças locais a partir da comunicação, a jovem decidiu cursar Jornalismo. Determinada, estudou durante 4 anos para conseguir passar no vestibular da PUC-RJ, onde se formou.

Hoje, Gizele circula dando palestras e fazendo nascer outras iniciativas de comunicação comunitária. A jovem jornalista defende a ideia de mobilização. Fazer com que o direito de expressão de cada cidadão seja garantido. “Seja escrevendo, fazendo vídeo, tirando uma foto ou falando, todos devem ter o direito de se comunicar”, defende.

Gizele conta que, graças à ação do jornal, muitos moradores da Maré passaram a se reconhecer como parte do lugar onde vivem e a ter orgulho disso. “O Cidadão fez nascer uma mudança de pensamento em muitos moradores sobre a própria favela. E quando alguém se reconhece como parte de um local, luta para mudar e melhorá-lo”, garante a jornalista.

Acesse “O Cidadão online: http://ocidadaonline.blogspot.com.br/

Circo Oxente

Circo Oxente (Foto: Divulgação / Circo Oxente)Circo Oxente (Foto: Divulgação/Circo Oxente)

Levar ajuda ao interior do sertão nordestino com uma boa dose de alegria circense. Foi esse o desejo que motivou três jovens de Vitória da Conquista, na Bahia, a criarem o Circo Oxente. Em 2007, Jefferson Quadros, Karla Sobreira e Alessandra Pardinho deram início à trupe itinerante que prometia, além de sorrisos, o resgate da cultura local.

Mesmo sem ter uma lona, o Circo Oxente já se apresentou em 30 cidades de três estados da região sertaneja da Bahia, Piauí e Maranhão, além de ter feito mini turnês por São Paulo, Minas Gerais e Argentina. Hoje, a trupe está instalada no bairro de Bruno Bacelar na periferia de Vitória da Conquista, e possui 9 integrantes voluntários. Jefferson Quadros, jovem de 25 anos e coordenador do projeto, conta que a maioria destes voluntários possui histórias de luta e superação. “Alguns deles trocaram o crime, as drogas e as ruas, pela arte”, diz o coordenador e também treinador dos voluntários.

A trupe do Circo Oxente desenvolve, ainda, um projeto aberto à comunidade chamado Artcirco, que, hoje, ensina técnica circense a 25 jovens. Jefferson conta que os ensinamentos da oficina vão além da arte.  “Podemos desenvolver um trabalho de desafio, sonhos, respeito, princípios, caráter e acompanhamento escolar, contribuindo, assim, para mudar aos poucos a realidade do nosso bairro”, diz o jovem professor. E como se não bastasse tanta ação, o Circo Oxente traçou sua próxima meta: “Estamos nos mobilizando para irmos para o Amazonas em janeiro de 2014, mais um desafio que com certeza vamos vencer”, garante Jefferson com orgulho.

Bike Anjo

Senhora  Machko, 81 anos, realiza o sonho de pedalar. (Foto: Divulgação /Cicloatividades Sesc Itaquera)Senhora Machko realiza o sonho de pedalar.
(Foto: Divulgação/Cicloatividades Sesc Itaquera)

Gostaria de trocar o carro pela bicicleta, mas não tem coragem de enfrentar as ruas caóticas da sua cidade? O projeto Bike Anjo pode ajudar. Idealizado em 2010 por um grupo de seis jovens moradores da cidade de São Paulo, o movimento pretende conectar ciclistas experientes no trânsito com quem ainda precisa aprender a dominar a magrela.

O projeto funciona a partir de três ações: atendimentos individuais, que geralmente são voltados para iniciantes que não sabem pedalar; passeios ciclísticos, para os iniciantes no trânsito; e oficinas educativas. Plataformas virtuais facilitam o contato entre bike anjos e iniciantes. Os interessados em aprender preenchem um formulário dizendo se precisam de aulas para pedalar, de acompanhamento no trânsito ou apenas dicas de rotas mais seguras. É também pelo site que voluntários bike anjo podem se inscrever.

A ideia que começou em São Paulo já foi replicada em 80 cidades. Hoje, o projeto possui 600 voluntários e soma mais de 4.000 pessoas beneficiadas. Um dos fundadores do Bike Anjo, João Paulo Amaral, de 26 anos, diz sentir orgulho em fazer parte do movimento que leva mais pessoas às ruas das cidades. “Ver o Bike Anjo ser replicado, inclusive fora do Brasil, é, por um lado, ver que as cidades no mundo ainda não estão preparadas para as pessoas. Porém, por outro lado, mostra que tem muita gente engajada a mudar este cenário. Fico muito feliz de fazer parte dessa rede”, garante.

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