IG

 

Oficialmente, o PT possui quatro pré-candidatos à sucessão do governador Jaques Wagner. Nos bastidores, entretanto, um deles, o secretário de Planejamento, José Sérgio Gabrielli, começa a ter sua viabilidade questionada por integrantes da cúpula do partido no estado da Bahia. No caso de Gabrielli, informação circula com força nos corredores da política e foi confirmada por uma fonte influente dentro do PT que prefere o anonimato.

As razões para o secretário de Planejamento começar a fraquejar, de acordo com a fala do articulador junto à cúpula petista, seria uma série de “erros” cometidos por ele para sedimentar a própria candidatura e viabilizar-se enquanto candidato.

A indicação dele partiu da corrente majoritária no cenário nacional, a CNB, ligada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-ministro José Dirceu, e, a cada dia, mostra-se pouco palatável político-eleitoralmente. Segundo interlocutores ligados ao Palácio de Ondina, em conversa reservada, o governador Jaques Wagner teria alertado o ex-presidente Lula das dificuldades encontradas por Gabrielli para se potencializar como candidato.

A pressão exercida contra Gabrielli vai além da Bahia. A sucessora dele na Petrobras, Graça Foster, não esconde críticas à administração do petista na empresa, apesar do cuidado para que as falas não soem como ataques diretos – uma trégua foi selada em julho do ano passado e, desde então, a desconstrução passou a ser menos frequente.

Baseado apenas no cenário político nacional, frequentadores do Congresso sugerem que Gabrielli não é mais considerado um nome do PT ao governo da Bahia. “Todos sabem que ele não terá forças para ser candidato”, garante um parlamentar.

Pesa ainda contra ele a participação em um evento da tendência Movimento PT no último sábado (13), o que, segundo informações, descumpriu recomendações de dentro do governo e também do grupo político que mantém suporte a ele. “Ele foi para um encontro pequeno, falar para um público muito restrito e serviu para dar palanque a outro candidato”, comentou a fonte. No mesmo evento, o também pré-candidato Luiz Caetano tentou capitalizar eleitoralmente a reunião em Camaçari e acabou confirmando a performance enquanto articulador.

“Se Caetano não for candidato a governador, ele será muito bem votado para deputado federal”, avalia o interlocutor. A análise sobre o ex-prefeito de Camaçari encontra apoio entre diversos analistas políticos e a exclusão desinteressada do nome dele pelo governador mostra que dificilmente Caetano se viabilizará como candidato ao governo.

Favorito – Wagner nega com veemência que há um favorito na disputa, porém pessoas próximas ao governador confirmam que existe uma preferência cada vez menos velada pelo secretário chefe da Casa Civil, Rui Costa.
Ambos rejeitam essa condição, porém, em mais de uma oportunidade, rumores circularam na imprensa nacional de que o chefe do Executivo baiano sugeriu à presidente Dilma Rousseff que seu candidato ao governo é Costa. Com a máquina mobilizada a favor de um candidato, começam a circular ponderações de petistas sobre os rumos da eleição de 2014.
Sem grandes ligações com José Sérgio Gabrielli, a indicação da preferência de Wagner pode resultar num apoio direto da presidente para construir a candidatura do secretário da Casa Civil. Sobre os ombros de Rui Costa, contudo, o desgaste com a seca e a falta de efetividade para minimizar o problema, conforme apontado pela oposição, podem ser um fardo maior do que o esforço do governador.
Por fora, o senador Walter Pinheiro ainda tenta se viabilizar enquanto candidato. “Ele está sentado, mas ao mesmo tempo articulando”, assegurou um integrante dos círculos de decisão petista na Bahia.

Compartilhe