Do G1, com agências internacionais

Equipes de resgate continuavam procurando 29 pessoas nesta segunda-feira (16) no navio naufragado Costa Concordia, segundo o chefe da Guarda Costeira da Itália.

Seguiam desaparecidos 4 tripulantes e 25 passageiros, três dias após o naufrágio do navio a 40 quilômetros da costa italiana.

O acidente deixou seis mortos e pelo menos 60 feridos.

“Há uma hora, recebi um informe da prefeitura de Grosseto, e faltam 29 pessoas”, disse Marco Brusco.

Até agora, as autoridades falavam em cerca de 15 desaparecidos.

Segundo Brusco, 10 alemães e 6 italianos estariam entre os 25 passageiros sumidos.

Emergência ambiental
O ministro do Ambiente da Itália, Corrado Clini, disse nesta segunda que vai declarar estado de emergência por conta do naufrágio do cruzeiro.

Isso permitirá a liberação de verbas federais para tentar evitar um desastre ambiental na região do desastre no Mar Tirreno.

Clini disse que material líquido começou a vazar do navio, que está encalhado e inclinado em mais de 80 graus próximo à pequena ilha de Giglio.

 Foto submarina mostra rombo no casco do Costa Concordia (Foto: Reuters)
Foto submarina mostra rombo no casco do Costa Concordia (Foto: Reuters)

Mas ainda não está claro se se trata de combustível.

Ele disse que, por precaução, barreiras de proteção estão sendo colocadas no lugar.

O navio de cruzeiro tem em seus tanques 2.380 toneladas de combustível, segundo a Costa Cruzeiros.

Sobreviventes
Na véspera, três pessoas foram retiradas com vida de dentro da embarcação parcialmente submersa.

Havia 57 brasileiros a bordo, segundo o Itamaraty, mas não há registros que haja brasileiros mortos, feridos ou desaparecidos.

‘Bomba ecológica’
“Temos uma bomba ecológica no interior do transatlântico naufragado”, disse à France Presse Sergio Ortelli, prefeito da pequena ilha da Toscana.

Após a pesquisa de sobreviventes eventuais ou corpos de vítimas, a segurança do navio é a segunda preocupação dos socorristas.

Rota do navio Costa Concordia 16/01 V.2 (Foto: Editoria de Arte / G1)

“Espero que o combustível possa ser bombeado e que o transatlântico possa ser deslocado, porque perturba a navegação”, acrescentou o prefeito de Giglio.

A Ilha de Giglio é conhecida por suas minúsculas angras rochosas e seu charme rústico.

A população, que não passa de 800 moradores no inverno, sobe para 5.000 pessoas durante o verão, com a chegada dos turistas.

A zona marítima em torno da ilha é também um santuário das baleias.

Os dirigentes locais pedem a aprovação de novas regras impondo limites mais estritos à navegação nessa região e, principalmente, o fim da tradição do “l’inchino” (reverência) seguida pelos grandes navios que passam perto da ilha.

A Guarda Costeira ordenou ao proprietário do navio, a companhia Costa Cruzeiros, que “retire os destroços do navio e evite que caia uma só gota de petróleo no mar”, declarou Filippo Marini, do serviço de imprensa da Guarda Costeira local.

Uma equipe de especialistas da empresa holandesa Smit&Salvage e da americana Titan Salvage estão no local para estudar os meios de colocar o navio em segurança.

Uma delas declarou, sob anonimato, que o bombeamento do combustível não poderá começar logo no início da semana, porque o equipamento necessário ainda não chegou.

Segundo um dos trabalhadores, retirar o navio de cerca de 115 mil toneladas poderia levar semanas, mas excluiu a possibilidade de cortá-lo em partes no local.

Compartilhe