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SÃO PAULO – A Polícia Civil de Rondônia identificou suspeitos de participação no assassinato do líder sem-terra Adelino Ramos, o Dinho, de 57 anos. O chefe do Movimento Camponês Corumbiara foi morto na última sexta-feira, em Vista Alegre do Abunã, após ser atingido por seis tiros. Segundo a polícia, Ozeas Vicente seria o autor dos disparos, conforme provas coletadas até agora. Ainda é investigado o envolvimento de outros suspeitos.

Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil
Ozeas é suspeito de ter atirado em Adelino Ramos

Agentes da capital auxiliam nas buscas e investigações do crime ocorrido próximo à fronteira com a Bolívia. As autoridades de Rondônia também acionaram os Estados do Amazonas e Acre, que reforçaram o policiamento em suas divisas. A Polícia Civil afirma que já providencia o pedido de prisão temporária, caso não consiga efetuar a prisão em flagrante.

Segundo a assessoria da Secretaria de Produção do Amazonas, Dinho morava em um assentamento do Incra localizado no sul de Lábrea, o município mais desmatado do Amazonas. De acordo com informações da secretaria, o agricultor vinha recebendo ameaças de madeireiros da região.

O movimento liderado por Dinho foi formado depois do massacre de Corumbiara, em Rondônia, em fevereiro de 1996, com objetivo de dar continuidade às reivindicações dos camponeses sem-terra.

Repúdio. Em nota, a Presidência repudiou o crime. “Adelino era uma liderança reconhecida na Região Norte. Há três dias o Brasil se chocou com a execução de duas lideranças em circunstâncias semelhantes, no Pará. Hoje, mais uma morte provavelmente provocada pela perseguição aos movimentos sociais. Essas práticas não podem ser rotina em nosso país e precisam de um basta imediato”, diz a nota, assinada pelos ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, e Maria do Rosário, de Direitos Humanos.

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