Tribuna/Osvaldo Lyra

 O governador Jaques Wagner termina 2010 com um saldo positivo. Reeleito com uma larga vantagem sobre os adversários, ele contabilizou ontem, durante um almoço com a imprensa, na Governadoria, os avanços obtidos nos últimos quatro anos e falou de metas a serem persistidas na sua próxima gestão. Mesmo não tendo recebido a atenção esperada na montagem do governo Dilma Rousseff – e olhe que a Bahia acabou emplacando cinco ministros -, o governador fecha o período com a certeza de ter começado a construir um processo de desenvolvimento e inclusão social no Estado. Aos jornalistas, ele falou da proximidade com a presidente eleita, da formação do secretariado para seu segundo mandato (que deverá ser modificado a partir do dia 3) e disparou críticas contra o adversário Geddel Vieira Lima (PMDB). Ele falou ainda que não pagará as contas de custeio da prefeitura de Salvador e que mantém uma relação institucional com o prefeito João Henrique.

 

Sobre a participação no governo federal, Wagner chegou a afirmar que “ficou maior do que estava sendo apontada” e disse que nenhum ministério sozinho resolve os problemas dos baianos. Para ele, “ter um ministro é bom, a gente se sente representado, mas nenhum ministro resolve a minha vida”. O governador foi enfático ainda ao criticar o “paulistério” (a participação de petistas de São Paulo no governo Dilma). Para ele, essa era uma crítica interna à sigla, mas que deveria ser pontuada, já que o PT “ainda não enxerga o conjunto da floresta”.

De acordo com ele, Dilma Rousseff o consultou sobre todas as escolhas de nomes da Bahia – Mário Negromonte (Cidades), Luiza Bairros (Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) – mas que estas indicações não partiram dele. O governador aproveitou para disparar ainda uma crítica a Geddel Vieira Lima. “O último ministro que eu indiquei não me ajudou muito. Virou meu adversário”. Wagner declarou também que não vetou a indicação do peemedebista para nenhum cargo no governo Dilma. “Não fiz vetos (ao deputado). Primeiro, não sei nem se ele foi convidado para alguma coisa”. O PMDB que faz as indicações. Se ela (Dilma) trabalhar pela meritocracia, ele, no Ministério, não construiu o que o projeto pediu, não trabalhou para que o PT e o PMDB estivessem juntos”. Ao ser questionado sobre o risco de ver construído um segundo “governo paralelo”, como os petistas dizem ter feito Geddel na Integração Nacional, o governador disse que o futuro ministro das Cidades, Mário Negromonte, é diferente do peemedebista. “As pessoas aprendem com o exemplo. Mário tem uma cabeça diferente da de Geddel”. O governador aproveitou para falar da aproximação com o prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB).  Para ele, a relação estabelecida é institucional, e disse que nunca pediu ao prefeito “compromisso de fidelidade para fazer ajuda. A ajuda está sendo feita. Agora, eu não posso pagar a folha, eu não posso pagar a energia dele. Não quer dizer entrar lá para gerir”, ponderou. 
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