Lúcio Távora/Agência A TARDE

Maria das Dores Gama Silva  sofreu com a greve da Caixa: "Depois a gente tem que pagar os juros"

Maria das Dores Gama Silva sofreu com a greve da Caixa: “Depois a gente tem que pagar os juros”

Os funcionários  da Caixa Econômica Federal (CEF) na Bahia decidiram na quinta-feira, 14, à noite, durante assembleia, pelo fim da greve. Os serviços serão retomados em todas as agências na manhã desta sexta, 15.

Os trabalhadores decidiram aceitar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê um reajuste salarial de 7,5% para quem ganha até R$ 5.250, no caso dos bancos privados. Acima desta faixa, a oferta é uma parcela fixa de R$ 393,75 ou a correção da inflação (4,29%), o que for mais vantajoso. Banco do Brasil e Caixa vão reajustar em 7,5% independentemente do salário.

A CEF foi o último banco a retornar ao expediente normal. Na quinta, as agências dos bancos privados, do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste (BNB) funcionaram normalmente após 13 dias de paralisação. No primeiro dia de atividade dos bancos, o atendimento aos clientes ocorreu sem transtornos. Mas, para uma parcela da população, o fim da greve significou o começo de novos problemas.

É o caso da aposentada Maria das Dores Gama Silva, de 82 anos. Sem saber  que a Caixa Econômica Federal foi a exceção entre os bancos que retornaram ao trabalho na quinta, a idosa foi à agência da Pituba pagar a conta enviada no primeiro dia de greve, vencida durante a paralisação. “Fui no Banco Real e consegui resolver tudo, mas aqui ainda está em greve. Depois a gente tem que pagar com juros e é uma agonia, vão me  botar no Serasa”, queixou-se.

De acordo com o setor de marketing da Caixa, os clientes que tiveram contas vencidas durante a paralisação serão dispensados do pagamento dos juros. Mas nem todos os bancos adotarão o mesmo procedimento. A assessoria de comunicação do Banco do Brasil afirmou na quinta que a instituição vai cobrar os juros das contas vencidas durante o período. O banco alega que os canais eletrônicos, como internet banking e os caixas eletrônicos, funcionaram normalmente durante o período de greve.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ressaltou ainda que nem todas as agências bancárias ficaram fechadas durante os 13 dias de greve e, portanto, o consumidor teve à disposição alternativas para o pagamento das contas.

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