Zero Hora

A França está, como era de se esperar, chocada. A auxiliar de enfermagem Dominique Cottrez, 45 anos, confessou ter sufocado e matado, ao longo dos últimos 22 anos, oito filhos recém-nascidos, mais tarde enterrados, envoltos em sacos plásticos, em um jardim e uma garagem.

Os crimes ocorreram na localidade de Villers-au-Tertre, com 650 habitantes, 200 quilômetros ao norte de Paris. Na pequena cidade, os moradores disseram não entender como conviveram por anos com a mulher sem desconfiar de nada. O caso foi descoberto no sábado passado, quando os novos proprietários da residência, que pertencia anteriormente aos pais da auxiliar de enfermagem, decidiram replantar uma árvore e, ao escavar o jardim, encontraram os corpos de duas crianças. Ao ser interrogada, Dominique apontou a existência de outros seis cadáveres de bebês, estes enterrados na garagem de sua própria casa, a um quilômetro de distância.

A francesa foi formalmente acusada de homicídio doloso (com intenção), conforme o promotor Eric Vaillant, que concedeu ontem entrevista coletiva em Douai, perto de Villers-au-Tertre. O marido de Dominique, o vereador Pierre-Marie Cottrez, 47 anos, diz que nada sabia sobre as mortes. Ele afirma que sequer havia percebido que a mulher tinha ficado grávida oito vezes – a auxiliar de enfermagem é obesa, o que teria escondido as gestações. O promotor, no entanto, quer acusar Pierre-Marie – que foi preso e liberado – de ocultação de cadáver e omissão em denunciar um crime.

De acordo com Vaillant, a auxiliar de enfermagem será submetida a exames psiquiátricos. Em suas primeiras declarações à polícia, Dominique contou que, após uma experiência ruim durante uma gravidez – o casal tem duas filhas já adultas –, nunca mais quis ver um médico. Também não desejava ter mais filhos e não queria usar anticoncepcionais.

– Ela estava perfeitamente consciente do fato que estava grávida todas as vezes – relatou o promotor.

Villers-au-Tertre, França

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