Alessandra Mendes, especial para o iG

“O ídolo de um grande time é um monstro em segredo”. Esta foi a definição que o chefe do Departamento de Investigações deu para Bruno Fernandes, goleiro do Flamengo. Segundo depoimento de testemunhas Bruno estava na casa onde Eliza foi assassinada no dia 9 do mês passado. Foi ele, na companhia de amigos, que levou a ex-amante para ser executada.

Os delegados revelaram hoje a dinâmica do crime desde a saída de Eliza do Rio de Janeiro. Segundo os depoimentos e dados da investigação, Eliza saiu do Rio entre os dias 5 e 6 do mês de junho, e foi trazida para o sítio do goleiro Bruno pelo amigo dele, Luíz Henrique Romão (o Macarrão) e o adolescente de 17 anos, primo do jogador. Neste trajeto interestadual, Eliza foi ferida na cabeça por coronhadas, agressões feitas pelo menor. Isso explica o sangue da jovem que foi encontrado na Rand Rover de Bruno, apreendida no dia 8 do mês passado.

Desde que chegou ao sítio do jogador, no dia 08/06, Eliza foi mantida em cárcere privado, machucada, ela apanhava ainda mais e era obrigada a obedecer as ordens de Macarrão e do adolescente. E Bruno estava no local e assistia a tudo. Chegou a marcar um futebol com os amigos no dia 08/06 com Eliza no sítio, sendo mantida em cárcere privado, machucada. O bebê também estava no sítio neste período, já que veio com Eliza do Rio.

No dia 09/06, Bruno, Macarrão e o adolescente levaram Eliza para a morte. O crime aconteceu na casa de Marcos Aparecido dos Santos, ex-policial civil, que mora na Rua Araruama, no bairro Santa Clara, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Eliza foi deixada para morrer e Bruno voltou para o sítio na companhia dos amigos, onde, depois de queimar a mala de Eliza, bebeu cerveja na varanda.

Algumas coisas faltam ser esclarecidas. A polícia ainda não sabe se Sérgio Camelo, motorista de Bruno que foi preso ontem, foi ou não com ele até a casa de Marcos. Na versão do adolescente, Sérgio estava junto com eles, mas Sérgio alega que ficou no sítio. Ambos concordam com um fato: a frieza de Bruno.

Segundo as testemunhas, Bruno não só sabia do crime, como era o mais frio de todos. Não demonstrava nenhuma emoção ao ver o sofrimento da ex-amante, submetida a agressões e com a cabeça aberta por um ferimento causado pela coronhada dada pelo adolescente. O menor chorou muito quando levou a polícia até a casa de Marcos, onde Eliza foi morta. Mas ele contou para a polícia que o goleiro em nenhum momento se mostrou arrependido do que tinha feito.

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