Um levantamento do site de notícias políticas Congresso em Foco, publicado nesta quinta-feira, 24, na Internet, traz o nome do ex-deputado federal baiano Coriolano Sales (atualmente filiado ao PSDB) entre 42 políticos que poderão ficar inelegíveis no pleito de outubro próximo por força da recém-promulgada lei 135/2010, batizada de “Lei da Ficha Limpa”.

Sales é um dos doze parlamentares federais que renunciaram ao mandato para escapar de cassações. Pela Lei da Ficha Limpa, ao renunciar para escapar a uma cassação, o político deve ficar inelegível por oito anos a partir do final do mandato ao qual renunciou.

Coriolano Sales, à época deputado federal pelo PFL (atual DEM), foi um dos 69 deputados apontados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas por envolvimento numa máfia de liberação de verbas a municípios, via emenda parlamentar, para favorecimento de determinadas empresas em compras de ambulâncias.

Ação – Sales renunciou ao mandato em 2006, depois que seu nome foi encaminhado para julgamento pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. O ex-deputado federal Marcelino Fraga (PMDB-ES) também renunciou. Após as investigações da Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) em Vitória da Conquista ajuizou ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra cinco supostos integrantes baianos da máfia dos sanguessugas.

Além de Coriolano Sales, foram denunciados pelo Ministério Público Federal Weliton Brito David Carvalho, assessor parlamentar do ex-deputado, e os empresários Darci José Vedoin, Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Ronildo Pereira de Medeiros. Segundo o MPF, o ex-deputado recebia comissão na venda de emendas parlamentares para aquisição de unidades móveis de saúde por municípios localizados no interior da Bahia.

Segundo depoimento dos empresários citados na ação, o ex-deputado recebia um pagamento de 10% sobre o valor das emendas apresentadas ao Orçamento da União. Também ficava sob responsabilidade de Sales, segundo o MPF, o contato com as prefeituras para combinar os trâmites dos processos de licitação, realizados fraudulentamente para favorecer as empresas indicadas por ele. Na prática, quem realizava este contato com os prefeitos era o assessor Welinton Brito David Carvalho, afirma o MPF na denúncia. Do ATarde

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