Sidnei Matos l A TARDE

Fernando Vivas/Agência A TARDE

Delegado Miguel Lapate Cicerelli diz que já encontrou os culpados pelas sete mortes

Delegado Miguel Lapate Cicerelli diz que já encontrou os culpados pelas sete mortes

Oito policiais militares foram indiciados por homicídio, e outros quatro, por ocultação de cadáver no inquérito da Polícia Civil que apura a morte de sete pessoas em operação policial na noite de 4 de março deste ano, dentro de uma casa na Rua do Bambolê, no bairro de Pero Vaz. Entre os acusados de assassinato estão o sargento Valter Gomes da Fonseca, da 37ª CIPM (Liberdade), que estava à frente da operação.

O inquérito foi enviado ao Ministério Público (MP-BA) e elenca uma série de indícios que apontam para a culpa dos militares, entre eles, a perícia realizada na casa. O exame  não identificou marcas de tiros de fora para dentro da residência, nem no sentido contrário, enfraquecendo a tese de troca de tiros, alegada pelos PMs.

A legítima defesa é dada  pelos acusados como motivação para a morte de quatro das vítimas que foram socorridas no Hospital Ernesto Simões (Pau Miúdo). Eles negam, no entanto,  responsabilidade sobre as outras três pessoas que desapareceram e cujos corpos foram encontrados dias depois.

Os PMs afirmam que essas três pessoas não estavam na casa, mas a perícia identificou sangue tipo O positivo no colchão que estava no último quarto da residência, o mesmo RH sanguíneo de Érica dos Santos Calmon, de 15 anos, cujo corpo foi encontrado cinco dias depois da chacina, na Estrada das Cascalheiras (Camaçari). No mesmo local, estava o corpo de Luís Alberto Pereira dos Santos, 33.

Apesar das evidências apontadas pela investigação policial, o promotor de justiça Maurício Cerqueira Lima, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público , afirmou que mais provas são necessárias para que se formalize a denúncia dos PMs suspeitos junto à  Justiça.

Execução – A ação em Pero Vaz foi  empreendida pela 37ª CIPM  com o apoio da Ronda Tático Motorizada (Rotamo) –  unidade do Batalhão de Choque da PM –  sob alegação de que traficantes armados estariam no bairro. Porém moradores e parentes das vítimas denunciaram que as pessoas mortas foram encurraladas dentro da residência, sendo executadas sem chance de defesa.

Investigações conduzidas pela 2ª CP apuraram que quatro policiais da Rotamo seriam responsáveis pela ocultação dos corpos das vítimas que desapareceram: além de Luiz Alberto e Érica, a amiga da jovem, Alessandra de Jesus Santos, 17, cujo corpo foi encontrado na antiga estrada da Usiba, Subúrbio Ferroviário.

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