Vinte e dois supostos traficantes que trabalhariam para a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foram presos na manhã desta quarta-feira durante a Operação Babilônia. A ação foi iniciada às 5h, em Guararapes, a 560 km de São Paulo. A operação conta com 173 policiais civis, equipes de Policiais Militares (PMs) com cães farejadores e um helicóptero qua atuam na cidade de 27 mil habitantes para cumprir 54 mandados de prisão e de busca e apreensão.
Entre os presos está o agente penitenciário, Fábio Henrique de Souza, que supostamente fazia a ligação entre pequenos traficantes e integrantes do PCC presos numa penitenciária da região. Ainda de madrugada, os policiais entraram na casa de uma advogada que seria ligada ao crime organizado para cumprir mandados de busca e apreensão. A polícia tinha pedido a prisão da advogada, mas a Justiça negou.
A operação tem como base um inquérito de 2,3 mil páginas com investigações feitas desde 2006 pelo setor de inteligência da polícia. No inquérito constam interceptações telefônicas feitas durante um ano, que registraram a existência de nove supostas quadrilhas de pequenos traficantes do PCC, cujos líderes atuavam na cidade de Guararapes, Araçatuba e Valparaíso. As informações são do delegado Seccional de Araçatuba, Ely Viera de Faria, que coordenou as operações e vai divulgar um balanço final da operação no início da tarde.
O barulho do helicóptero e da movimentação de dezenas de viaturas acordaram os moradores de Guararapes. No centro da cidade, eles entraram em uma escola e prenderam o proprietário do estabelecimento, que estava dormindo no local. O dono é o agente penitenciário Fábio Henrique de Souza, que também é professor de português. “Ele é um dos principais líderes do tráfico na cidade. Está oito degraus acima dos traficantes daqui na hierarquia do PCC”, diz um dos delegados que participou da operação.
Segundo a polícia, nove quadrilhas atuavam na receptação e distribuição de crack, maconha e cocaína na cidade. As nove quadrilhas recolheriam o “bicho papão” (comissão pela manutenção da boca de fumo) para o PCC. “As informações sobre movimentação eram levadas aos escalões superiores do PCC pelo agente”, disse o mesmo delegado.
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