Defesa Civil estadual do Rio, que havia divulgado que seis pessoas foram encontradas mortas desde a noite de sábado, quando começou a chover forte no Rio e na Região Metropolitana, acaba de retificar esta estatística. Até o momento, o órgão tem confirmadas apenas cinco mortes.
São duas vítimas em Anchieta, outras duas em Niterói e uma no Rio Comprido. Uma sexta pessoa, identificada como Valdete Santos da Silva, de 27 anos, moradora da comunidade Torre Branca, no Rio Comprido, estaria soterrada sob os escombros. Os bombeiros ainda têm esperanças de encontrá-la viva.
Rio Comprido
A doméstica Roseane Coelho Monteiro Lima, de 33 anos, foi morta por causa das chuvas fortes. Na noite de sábado, seu marido, o pintor automotivo Cláudio Cabral, de 40 anos, saiu de casa, na rua Projetada A, lote 21, na Torre Branca, para ajudar uma vizinha. Na mesma hora, a casa desabou. Nela, moravam o casal e sua filha, Daniela, de 2 anos.
– Foi tudo de repente. Nem cheguei à casa da vizinha, quando bati a porta de casa ouvi o barulho. Voltei e ainda tentei salvá-la, mas não consegui. Minha filha foi arremessada pela janela, mas ainda sobreviveu. Não quero mais morar naquela casa, seria muito doloroso. Eu e Daniela vamos viver na casa da minha sogra, no Humaitá, e ela vai me ajudar a cuidar da menina – contou Cláudio, que está tendo dificuldades para liberar o corpo da mulher, já que até seus documentos ficaram soterrados.
Anchieta
Marcos Pereira de Freitas perdeu, na mesma noite, a filha de 3 anos e a sogra. Toda a família estava reunida na casa de Rosângela Luiz da Silva Souza, de 48 anos, mãe da mulher de Marcos, que ficava na Rua Leni Lobato 174, em Anchieta. Apenas ele estava na rua, em uma lanchonete próxima à residência. Gabriela e a avó estavam no banheiro quando o acidente ocorreu.
– Foi como uma explosão, minha filha e minha sogra foram parar no quarto ao lado, o banheiro foi totalmente destruído. Quando consegui voltar para lá, depois que a chuva diminuiu, já as encontrei mortas – conta Marcos, emendando, desolado: “Da casa da minha sogra e a da vizinha não sobrou nada”. As outras seis pessoas que estavam com Gabriela e Rosângela na hora do desmoronamento sofreram ferimentos leves e chegaram a ser levadas para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, mas foram liberadas na manhã de domingo.
Niterói
No Cubango, mãe e filha ainda não identificadas foram encontradas mortas na manhã de domingo pelo Corpo de Bombeiros. Os corpos estavam na Rua Viçosa Jardim, onde houve um deslizamento de terra. A mulher e a criança ainda não foram identificadas.
O Globo