A Tarde

Uma patrulha da Polícia Militar está fazendo a escolta das ambulâncias do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) desde a noite de quarta-feira, para tentar evitar novos atentados como o que feriu à bala o sargento Albiney Lima Santos, 35 anos na última terça.

O militar, lotado no 7º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), foi atingido por um tiro de pistola P-40, no ombro esquerdo, quando dirigia uma ambulância no bairro Pedrinhas, periferia de Vitória da Conquista (509 km de Salvador). Ele foi submetido a uma cirurgia para extração do projétil e passa bem.

Um auxiliar de enfermagem que acompanhava o motorista não foi atingido. Segundo membros do Samu por várias vezes as equipes foram recebidas a pedradas e intimidadas com disparos de arma de fogo para o alto para evitar que o socorro chegue a áreas dominadas por traficantes, como Bibiu, 14, acusado de atingir o sargento. O pedido de apoio à PM foi feito pelo prefeito em exercício, Ricardo Marques (PV).

O comando de pontos de venda de drogas na chamada “zona proibida”, formada pelos bairros da parte alta da cidade, como Panorama, Alto Marom, Pedrinhas e Alto da Conquista, saiu das mãos de Jararaca, acusado de matar o soldado PM Marcelo Márcio Lima Silva, 32, na noite do dia 28 de janeiro. Ele foi detido e encaminhado ao Centro de Atendimento Socioeducativo, em Simões Filho.

Desde que o PM foi assassinado, foram encontrados 11 corpos e outras oito mortes foram anunciadas extraoficialmente.

Nesse mesmo período, quatro adolescentes foram retirados de casa e somente um deles foi localizado, Ozéias Belas de Oliveira, 15, morto a tiros.

A peregrinação dos pais e parentes dos desaparecidos extrapola os limites geográficos de Conquista. Na última quarta-feira, por exemplo, a salgadeira Júlia Marques Souza, 40, e o pedreiro Gerson Vieira Santos, 69, foram ao Complexo Policial de Itabuna, sul do Estado, procurar pelo filho Jocafre.

Os pais acusam “homens com farda da Polícia Militar” pela invasão das casas e sequestro dos jovens. “A gente veio procurar, pedir socorro.

Eu quero meu filho de volta”, desabafou Júlia. As investigações do caso estão sendo acompanhadas pela Justiç

“A gente veio procurar, pedir socorro. Quero meu filho” JÚLIA MARQUES SOUZA, mãe de jovem desaparecido

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