Tribuna/Romulo Faro

 

A aparição do senador João Durval Carneiro (PDT) pedindo votos para Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (PT) no programa eleitoral gratuito dos candidatos que concorrem ao Senado pela chapa do governador candidato à reeleição, Jaques Wagner (PT), não passou despercebida e acabou por movimentar a política baiana. Quem primeiro demonstrou insatisfação foi Geddel Vieira Lima (PMDB), que busca uma vaga no Palácio de Ondina.

 “O apoio de João Durval a Lídice, Pinheiro e Wagner deve ser por gratidão, ao apoio que deram à reeleição de seu filho João Henrique, à Prefeitura de Salvador”, ironizou o peemedebista. Na época, Pinheiro e Lídice eram candidatos a prefeito e vice, respectivamente, na chapa que disputou o segundo turno contra João Henrique (PMDB), filho de Durval. Em 2006, Wagner havia apoiado o senador. João Durval também pediu votos para a candidata petista à Presidência Dilma Rousseff.

 

O deputado federal Severiano Alves (PMDB), correligionário de Geddel, também não ficou muito contente com a novidade e considerou “estranho” ver o ex-governador conceder apoio às candidaturas ao Senado de Lídice e Pinheiro. De acordo com Severiano, ambos (Lídice e Pinheiro) já fizeram mal ao senador João Durval no passado e, agora, “não são merecedores do seu apoio”.

No caso de Lídice, nos anos 90, segundo Severiano, quando o senador tentou se filiar ao PSDB baiano para concorrer ao Governo do Estado, teve seu ingresso negado pela então presidente da legenda por ter sua atuação política supostamente ligada ao “carlismo”. Na época, provavelmente sensibilizados com seu genitor, João Henrique (PMDB) e Sérgio Barradas Carneiro (PT) deixaram o PSDB e foram para o PDT.

Walter Pinheiro, por sua vez, duelou com JH no segundo turno das últimas eleições para a Prefeitura do Salvador em 2008. “Nem isto sensibilizou o senador, que deveria estar apoiando as candidaturas de Geddel, César Borges e Edvaldo Brito.

João Henrique também seria ingrato com Geddel ao ponto de achar bonito o que seu pai acaba de fazer com Geddel? Não dá para entender. A política não pode ser banalizada por interesses pessoais ou emocionais”, disparou Severiano Alves.

Circula nos bastidores, entretanto, que o pedido do engajamento de Durval na campanha petista se deu em razão de pedido de seu outro filho, Sérgio Barradas Carneiro (PT), que tenta se reeleger deputado federal, em troca de uma forcinha por parte da chapa majoritária petista na sua campanha.

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