Levantamento topográfico da região está destruindo plantios de palmas e cortando a vegetação nativa.

Janine Andrade/Acheibrumado

O projeto para inicio das atividades para implantação da FIOL – Ferrovia de Integração Leste Oeste – há tempos já vem sendo ponto de discussão por parte de toda a região pela qual a ferrovia passará. Muito se fala em benefícios, geração de emprego, mas será que não há regiões que serão afetadas por essa obra?

A empresa VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. são responsáveis pela obra, que está em fase de levantamento topográfico. Nessa fase, o trecho que corta o município de Brumado, na região do Povoado de Ubiraçaba, às margens do Rio São João, as comunidades de Represo, Zé Gomes, Barreiro, Três Irmãos, Sussuarana e Alegria, vêm sendo abordadas por representantes da empresa Ecoplan Engenharia contratada pela VALEC para efetuar o serviço.

Segundo moradores dessas comunidades, estão sendo obrigados a assinar um documento que dá autorização aos funcionários da referida empresa a entrarem em suas propriedades para fazer o levantamento topográfico. Porém, tal documento, elaborado pela VALEC não faz nenhuma menção quanto à responsabilidade da empresa com os eventuais danos causados. Informam ainda, que funcionários da VALEC, entraram em várias propriedades sem a autorização dos proprietários, destruindo plantios de palmas e cortando a vegetação nativa, o que caracteriza crime de invasão de propriedade, além de danos materiais e ambientais. “Em nenhum momento fomos informados ou consultados nem pelo governo, nem pela empresa e muito menos pela prefeitura sobre a obra. Agora estamos tendo nosso sossego tirado e nossas terras boas às margens do Rio São João, ameaçadas por este projeto”, alega Arlindo Moreira, morador da Comunidade de Represo.

Os moradores das comunidades ás margens da obra afirmam ainda que não foram informados sobre as audiências que trataram do assunto, ocorridas em Brumado no dia 25 de Fevereiro do corrente ano, em horário impróprio, dificultando a participação da população diretamente envolvida.

A CPT – Comissão Pastoral da Terra e lideranças do Movimento dos Pequenos Agricultores reuniram-se no dia 07 de Setembro e estão se organizando para tomar medidas no sentido de restringir a ação da empresa, como também exigir a punição legal da ECOPLAN pela violação dos direitos dos proprietários.

* Com informações do CPTBA

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