Dois corpos foram resgatados na madrugada desta quinta-feira na favela da Rocinha, zona sul da cidade do Rio de Janeiro, segundo informações do Corpo de Bombeiros. Um deslizamento atingiu a área por volta das 16h de ontem e feriu outras duas pessoas.

Novo deslizamento de terra em Niterói matou quatro pessoas.

Nesta madrugada, um prédio de cinco andares desabou na favela Rio das Pedras, zona oeste da cidade, desabou. Segundo os bombeiros, não há registro de vítimas, somente pessoas com ferimentos leves.

Nas últimas horas foram retirados seis corpos — entre eles, três mulheres– dos escombros no morro do Bumba, no bairro de Viçoso Jardim, em Niterói. Um deslizamento soterrou cerca de 50 casas na noite de ontem. Mais de 20 pessoas foram resgatadas com vida pelos bombeiros.

Com a confirmação das novas mortes, sobe para 153 o total de mortos em decorrência das chuvas no Estado do Rio de Janeiro. O total de óbitos na cidade chega a 48 e a 85 em Niterói.

Além das mortes em Niterói e na cidade do Rio, 16 delas ocorreram em São Gonçalo, uma em Nilópolis, uma em Engenheiro Paulo de Frontin (região de Paracambi), uma em Petrópolis e uma em Magé, segundo balanço do Corpo de Bombeiros.

Niterói

Segundo moradores do morro do Bumba, em Niterói, uma creche está entre as casas que foram atingidas pelo deslizamento. O filho de Hugo Magalhães, 45, e outras quatro crianças estavam no local no momento do deslizamento e foram salvas pelos moradores.

 

Magalhães afirmou que também salvou a mulher, soterrada na casa do casal. Ela e as crianças foram levadas para o Hospital Estadual Azevedo Lima.

De acordo com Magalhães, o local não era uma creche regular, mas, sim, a casa de uma mulher que cuidava de algumas crianças.

A casa de Flavinho Machado, compositor da escola de samba Viradouro e ex-compositor da Mangueira, ficou comprometida pelo deslizamento. O imóvel não desabou, porém ele não poderá voltar a morar lá.

Machado está desde segunda-feira (5) na casa da sua filha, pois o morro do Bumba estava sem energia elétrica desde o começo da semana. O compositor mora no local há 18 anos.

Machado, que mora há 18 anos no morro do Bumba, relatou que seu sobrinho escapou por pouco do soterramento. O menino estava na creche atingida pelo deslizamento, porém, cinco minutos antes, ele foi para sua casa jantar.

A doméstica Maria Auxiliadora dos Santos, 54, que mora no local há 20 anos estava em sua casa com outras cinco pessoas no momento do deslizamento. Todos saíram correndo e conseguiram sobreviver, porém, a casa foi totalmente destruída.

O subcomandante geral do Corpo de Bombeiros, José Paulo Miranda afirmou que a área do morro era um antigo depósito de lixo, o que facilitou o deslizamento das casas.

O secretário de Saúde e Defesa Civil de Niterói, Sérgio Côrtes, sobrevoou a região afetada e afirmou que ” a visão do alto era de um desastre”.

Transtornos

Os temporais causaram alagamentos, provocaram a suspensão de aulas, deixaram regiões sem energia e prejudicaram o comércio.

Por causa das fortes chuvas que ainda caem sobre Niterói e São Gonçalo, não haverá aula nas escolas estaduais destes municípios nesta quinta e sexta-feira, segundo a Secretaria de Estado de Educação. As aulas serão retomadas na próxima segunda-feira.

A Prefeitura do Rio prorrogou os prazos de pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e do ISS (Imposto sobre Serviços) devido aos fortes temporais que atingem a cidade desde a tarde de segunda (5). Segundo a prefeitura, a medida foi tomada para que as pessoas que não conseguiram realizar os pagamentos possam fazê-los sem prejuízo financeiro.

Nesta quarta, dez bairros da cidade do Rio registram falta de luz. Segundo informações da Light, os bairros que têm problemas de energia são Tijuca, Botafogo, São Conrado, Jardim Botânico, Gávea, Jacarepaguá, Barra, Campo Grande, Piedade e Senador Camará. Já em Santa Teresa equipes trabalham para recuperar postes e fiações elétricas comprometidas por deslizamentos de terra.

O governador decretou ontem luto de três dias no Estado pelas vítimas dos temporais. As chuvas registradas geraram em 24 horas um acúmulo de 278 milímetros na cidade do Rio, superando o recorde histórico de 1966, que era de 245 mm (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado), informou ontem a prefeitura.

Folha online

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