BAGDÁ (Reuters) – Homens armados usando uniformes militares atacaram três casas em uma cidade ao sul de Bagdá causando a morte de ao menos 24 pessoas, algumas delas ex-insurgentes da Al Qaeda, informaram autoridades iraquianas neste sábado.

O Exército iraquiano considerou uma reação ao ataque da noite de sexta-feira em militantes da Al Qaeda. Os homens armados poderiam estar fingindo ser soldados dos EUA porque usavam uniformes de estilo norte-americano e óculos escuros e falavam um pouco de inglês, segundo uma fonte militar que estava no local.

Um policial disse que os homens algemaram as vítimas de Albusaifi, um vilarejo dominado anteriormente pela Al Qaeda, ao sul de Bagdá, e atirou em suas cabeças.

Ao menos sete pessoas sobreviveram ao massacre, encontradas com as mãos presas atrás do corpo, segundo o porta-voz de segurança de Bagdá, general Qassim al-Moussawi.

Ibrahim Talib, de 14 anos, disse à Reuters que os homens chegaram a sua casa com uma lista de nomes e perguntaram por sua mãe, Ayda Hasan, 35 anos.

“Eles disseram, ‘venha para fora, queremos fazer algumas perguntas.’ Quando ela foi lá fora, atiraram nela”, disse Ibrahim, cujo pai foi sequestrado pela Al Qaeda em 2007 e não foi visto desde então.

As autoridades iraquianas já haviam alertado para a possibilidade de um aumento na violência devido às crescentes tensões geradas pelas eleições parlamentares do dia 7 de março, que não obteve um claro vencedor.

Um porta-voz do Ministério da Defesa disse que 24 pessoas haviam sido presas e 15 outras estavam sendo procuradas.

Forças iraquianas e norte-americanas fecharam a estrada que chega à cidade. As tropas escoltaram repórteres até o local, restringiram contato com os moradores e proibiram filmagens.

Indagado sobre quem ele suspeitava, um homem de 40 e poucos anos apontou aos soldados e disse: “Não pergunte a mim, pergunte ao Exército iraquiano. Eles sabem quem fez isso.”

O ataque foi lançado a partir de um vilarejo próximo que é um baluarte da Al Qaeda, disse um porta-voz do Ministério da Defesa.

“Conhecemos essa área como Kandahar”, disse uma oficial iraquiano, referindo-se à cidade afegã que é uma base do Taliban.

Globo

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