Terra Magazine

A Campanha da Fraternidade 2010, lançada na Quaresma por cinco igrejas (católica, anglicana, luterana, presbiteriana e ortodoxa), nasce com um tema que promete ir além das críticas econômicas e iluminar os subterrâneos das eleições: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”. Com esse lema, a Igreja Católica brasileira oferece a primeira resposta articulada à crise financeira e às novas funções das meias na política nacional.

– Há sempre aqueles que põem o dinheiro dentro das meias, dentro de outras partes do corpo para levar o dinheiro da corrupção – atesta o Cardeal Arcebispo-primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo, 76 anos, em entrevista a Terra Magazine

Nomeado arcebispo metropolitano de Salvador em 1999, o religioso mineiro tem sido um dos principais porta-vozes da Campanha da Fraternidade. Dom Geraldo reconhece avanços no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas ataca a política econômica e afirma que o presidente precisa completar o seu legado.

– Não há dúvida de que há vários avanços do presidente Lula. Mas ele precisa completar a sua obra. Porque, segundo o meu modo de pensar, é garantir empregos, não só pra ganhar sem fazer nada, mas garantir empregos onde cada um vai ter aquilo e vai se sustentar.

O cardeal não vê motivos para a Igreja fazer uma “autocrítica” de suas relações com o poder econômico. Entretanto, não deixa de registrar o espanto com a desenvoltura do governador José Roberto Arruda e seus aliados no Distrito Federal:

– Realmente, isso é uma vergonha nacional e internacional.

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