da ASCOM | DEM-BA

Segurança pública, saúde, educação, infra-estrutura, transportes e política fiscal estiveram na pauta da reunião do presidente estadual do Democratas, Paulo Souto, com representantes da sociedade civil de Vitória da Conquista, na terça-feira (11/05), na Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (Coopmac). O ex-governador esteve na cidade acompanhado pelo presidente estadual do PSDB, Antonio Imbassahy, o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, e o deputado estadual Clóvis Ferraz (DEM).

A violência que aflige a cidade se espalha pela zona rural. “O prefeito diz que o problema não é com ele e o governador não resolve. A criminalidade cresce assustadoramente na zona rural principalmente pela falta de perspectivas”, denunciou o presidente do Sindicato de Pequenos Produtores Rurais de Vitória da Conquista, Júnior Figueredo.

Os pequenos produtores, segundo Júnior, têm dificuldade de acesso a crédito. “O governo estadual diz que dá apoio à agricultura familiar, mas é só propaganda. O projeto fica no papel. Na prática não funciona. O êxodo rural aumenta e incha a periferia de Conquista, gerando os problemas sociais”.

A insegurança na cidade foi ressaltada também pelo presidente da Associação Comercial, Eliomar Pedro e pelo presidente da Associação das Indústrias, Ronaldo Bulhões. “Criamos o Conselho Municipal de Segurança e implantamos um sistema de videomonitoramento no centro comercial, mas o esforço foi em vão, porque as viaturas policiais não têm combustível. A gente dá um passo pra frente e o governo anda pra trás”, disse Pedro.

O representante da Loja Maçônica de Vitória da Conquista, Antonio Lobo, denunciou que as ambulâncias do SAMU não atendem alguns bairros da cidade, porque são recebidas a tiros pelos bandidos que controlam essas localidades. “A segurança é um problema sério, mas sofremos também com a deficiência dos serviços públicos de saúde”, disse.

Segundo a professora e pesquisadora da área de saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Ana Mara, o Hospital de Base de Vitória da Conquista é um campo de guerra. “A qualidade dos serviços é péssima. Não há respeito pelos pacientes nem pelos profissionais que não dispõem de equipamentos para trabalhar e recebem salários aviltantes”.

Para Ana Mara, o atual secretário estadual de saúde, Jorge Solla ganhou fama de bom gestor em Vitória da Conquista, cumprindo apenas o previsto pelas diretrizes do SUS, quando o ministro da saúde era José Serra. “Mas agora piora a performance da secretaria estadual de saúde, com os piores índices epidemiológicos da história”.

O pré-candidato a deputado federal pelo PSDB, Coriolano Salles, destacou a necessidade de a região do Sudoeste ganhar sua própria universidade federal. “Temos aqui um pequeno campus, mas precisamos do apoio do governo estadual para implantar a universidade aqui”. Ele lembrou que Vitória da Conquista é o polo de uma região que reúne 39 municípios e uma população de 1,5 milhão de habitantes.

Coriolano também alertou para o problema de abastecimento de água da cidade, que, nos últimos 10 anos, dobrou de população, atingindo mais de 300 mil habitantes. “É necessário fazer o barramento do Rio Pardo para que seja garantido o abastecimento e o desenvolvimento da região”, disse, lembrando ainda da perenização do Rio Gavião.

Quem chega em Vitória da Conquista de avião, ao desembarcar, percebe logo a precariedade do aeroporto. O equipamento não atende às necessidades da cidade. Embora o terminal esteja em reforma, a população reivindica um novo aeroporto, com condições de pouso para aeronaves de maior porte.

É unânime a opinião entre os cidadãos de Conquista sobre a necessidade da construção de um novo aeroporto. O dirigente do movimento “Conquista pode voar mais alto”, José Maria, reclamou que há uma emenda com recursos de R$ 40 milhões, do senador Antonio Carlos Magalhães, para a construção do equipamento, mas até hoje não existe projeto. “O atual governo é preguiçoso para nossa região”.

O potencial logístico da cidade, que fica às margens da BR-116, foi destacado por representantes do Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista. A necessidade de implantação de uma plataforma logística foi apresentada. A medida associada a uma política fiscal de incentivo ao setor contribuiria para o desenvolvimento do pólo atacadista de Conquista.

O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista, João Luiz, criticou a extinção pelo atual governo das regras do antigo Simbahia, que favoreciam as pequenas empresas com faturamento de até R$ 360 mil. “Com a instituição do Supersimples, quem se enquadra nesta faixa está pagando mais ICMS. Se pagava R$ 300, agora paga R$ 1 mil”, reclamou, sugerindo a reedição da regra passada.

O presidente estadual do Democratas, Paulo Souto, avaliou positivamente a reunião, organizada pelo presidente da Coopmac, Claudionor Dutra. O encontro durou mais de quatro horas e atraiu dezenas de representantes de diversas entidades da sociedade civil conquistense. “Foi uma importante reunião de trabalho, da qual saio com bastante conhecimento sobre as necessidades e potenciais da região”, afirmou Souto.

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