Vazão do Rio Grande, no oeste, está em 51,6 m3/seg. Em 1965 era de 67,8. (Divulgação)
O oeste da Bahia vive hoje situação semelhante a de 53 anos atrás: períodos prolongados sem chuva e baixa vazão dos rios que banham a região.
A constatação é do diretor de Águas e Irrigação da Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia), Cisino Lopes.
A descoberta veio de uma comparação dos dados atuais com estudo realizado pela Suvale, antecessora da atual Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), em 1962.
De acordo com o estudo da Suvale, entres os meses de outubro e dezembro de 1962, foi registrado o índice pluviométrico de 157,8 milímetros.
Se considerado o mesmo período em 2015, choveu, até o momento, 147 milímetros.

Cisino também consultou a vazão do Rio Grande, que corta a cidade de Barreiras, no período de 1934 a 1972, encontrando o registro de uma vazão média de 126 metros cúbicos por segundo.
Neste período, a menor vazão foi no mês de setembro de 1965, alcançando 67,8 metros cúbicos por segundo.
Atualmente, segundo dados da ANA (Agência Nacional de Águas), a última vazão registrada do Rio Grande, trecho de Barreiras, em agosto, encontra-se em 51,6 metros cúbicos por segundo.
A falta de chuva no Cerrado interfere também no volume de outros rios que banham o país, uma vez que é neste bioma que estão os principais afluentes que abastecem o Rio São Francisco, por exemplo.
Para se ter uma ideia, a vazão média do Rio Grande para o Rio São Francisco, de 1934 a 1972, era de 203 metros cúbicos por segundo em agosto. Em 2015, considerando-se o mesmo mês, a vazão foi de 184,6.
“A chuva é essencial para recarregar o aquífero e outros rios que banham o Brasil. Se não tem chuva, não tem reposição de água. Logo, a diminuição da vazão dos rios mais tem a ver com a falta de chuva do que com o uso para irrigação”, dobservou Cisino, lembrando que o estudo da Suvale foi realizado em uma época em que não existia o agronegócio na região.
“Os produtores sabem a importância da preservação de matas ciliares, reservas legais e APPs [áreas de proteção permanente]. Eles se preocupam com a quantidade e com a qualidade da água dos rios”, afirmou. Fonte: Suiça Baiana

