Reportagem João Melo/Conquista News
A convulsão que Vitória da Conquista atravessa nas últimas semanas, por conta de problemas com a distribuição, sob suspeita, de unidades habitacionais do programa habitacional Minha Casa Minha Vida continua tendo desfechos desagradáveis para a administração municipal, culminando na manhã desta segunda-feira, (3) com uma ruidosa manifestação de pessoas que ocuparam casas que estavam desalojadas no Miro Cairo.
Estavam vazias as residências, porque, em muitos casos, foram distribuídas para quem não necessita. Tem gente que recebeu a unidade com propósito especulativo. A verdade se comprova, através de plaquetas indicando que muitas destas estavam disponíveis a aluguel. Esta denúncia, o site conquistanews teve a coragem de denunciar ao gerente regional da CAIXA e ao prefeito Guilherme Menezes, um dia antes da chegada da presidenta Dilma, à cidade.
Foi uma manifestação pacífica, que serviu para mostrar o sofrimento de pessoas que estão sem para onde ir. Gente que foi vítima da truculência policial, durante a retirada daqueles que foram carimbados como invasores. Foi um ato de reivindicações. Onde está o prefeito? Cadê os vereadores? Perguntavam os cartazes carregados por crianças e adultos.
“ A Caixa tomou e o prefeito concordou” – refrão mais utilizado no protesto
Claro que ninguém em sã consciência vai compactuar com a baderna, nem com a violência que causa a destruição do patrimônio público, quando ônibus foram incendiados no bairro, onde foi disseminado o ódio e o terror. Mas, quando a manifestação é pacífica, acaba angariando a simpatia popular.
Hoje, quem passou defronte a Prefeitura Municipal viu um protesto civilizado. Um ato sem violência, onde um grupo de pessoas transmitia sentimentos de angústia e insegurança. Foi detectado um movimento respeitoso.
Ficamos atentos a cada grito dos manifestantes cheios de esperança em dias melhores. Notamos também, com certa perplexidade, o silêncio, a omissão de líderes sindicais, diante da manifestação ordeira daqueles que reivindicam apenas o direito a moradia. Não dá para entender como os outrora barulhentos presidentes de sindicatos e associações, convidados para apoiar este ano, se omitiram.
O vigor do passado, a adrenalina que tomava conta de cada representante de bairro, transformou-se em anestesia geral e a classe que antes estava nas ruas, hoje está sonolenta, ignorando os anseios populares. Fotos: Conquista News