A integração regional na América Latina só será possível se houver uma parceria entre os governos, a sociedades, as entidades civis organizadas e os empresários, a conclusão é de uma pesquisa preliminar organizada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Os pesquisadores de várias áreas viajaram de carro por dois meses por nove países da região. Segundo a Agência Brasil, para eles, o intercâmbio deve ser econômico, físico e intelectual.
As conclusões iniciais da pesquisa intitulada Labmundo (Laboratório do Mundo), uma parceria dos departamentos de Sociologia, Ciência Política, Medicina, Engenharia e de História da UFBA, serão entregues amanhã (29) para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em reunião no Itamaraty.
Do começo de janeiro até a primeira semana deste mês, os pesquisadores viajaram pela Colômbia, o Paraguai, a Argentina, Bolívia, Venezuela, o Uruguai, Chile, Peru e Equador, além do Brasil. No grupo havia representantes de várias áreas para que os setores considerados essenciais – educação, saúde, relações internacionais e transportes – fossem observados.
Para os pesquisadores, é necessário que seja estabelecido um canal de informações que permita fluir o que está em desenvolvimento em cada área. Para a coordenação da pesquisa, nos dois casos é essencial que o Estado atue diretamente.
Os pesquisadores defendem ainda o estímulo para o financiamento de obras produzidas na região, de preferência, em edições bilíngues – português e espanhol. Os brasileiros reclamam que a produção nacional é praticamente desconhecida nos países vizinhos.
Por fim, os pesquisadores afirmam que a diferença na qualidade das rodovias surpreende negativamente e indica a inexistência de integração e harmonia na região. De acordo com as observações dos dois meses de viagens, as estradas têm qualidade na Argentina, no Chile, Uruguai, Equador, na Colômbia e Venezuela. Mas apresentam graves problemas no Paraguai e Peru, além de determinadas áreas do Brasil.
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