Polícia diz que não há provas contra homem morto no domingo (8).
Ele foi linchado após moradores o identificarem como autor dos crimes.

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A Polícia Militar prendeu um homem no início da tarde desta terça-feira (10) suspeito de ser o autor dos estupros de mulheres no Jardim Rossim e Jardim Florence, em Campinas, no interior de São Paulo. No domingo (8), um homem foi linchado por moradores da região. Ele foi identificado pela população como suspeito de ter cometido os crimes. Segundo a polícia, não existem provas contra o homem morto.

O suspeito detido nesta terça foi encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). “A população, infelizmente, quer fazer justiça com as próprias mãos e vai acabar cometendo um crime. Pode ter ocorrido um erro e terem matado a pessoa errada. Nós estamos trabalhando com essa hipótese”, afirma Rui Pegolo, delegado do setor de homicídios de Campinas.

O homem morto não tinha passagem pela polícia. Os casos de estupro devem ser investigados pela DDM, mas, segundo a delegada Cássia Jackeline Senteio Afonso, nenhum boletim de ocorrência sobre os casos no Jardim Rossim e Jardim Florence foi registrado neste ano. Ela pede para as vítimas procurarem a delegacia para que as investigações sejam abertas.

A Prefeitura de Campinas deu início nesta manhã à poda do mato no Jardim Rossim, às margens do Córrego Piçarrão, perto da ponte onde os crimes têm ocorrido. Em relação à melhoria na iluminação, a administração municipal solicitou formalmente à Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) o reforço na potência das lâmpadas instaladas perto da Ponte da Johnh Boyd Dunlop, para garantir maiores condições de segurança da população daquela área.

Protesto
Na semana passada, um protesto contra a onda de estupros fechou a Avenida John Boyd Dunlop, perto da rua onde o jovem foi linchado. O corpo de uma mulher de 41 anos, que, segundo o ex-marido, foi vítima do estuprador, foi encontrado no Rio Capivari na quinta-feira (5).

Samia Alves Ferreira estava desaparecida desde 31 de dezembro e seu corpo foi reconhecido pela família. Os moradores da região afirmam que ela é uma das três mulheres que foram violentadas nas últimas duas semanas. “Minha vizinha está desaparecida desde 30 de dezembro, quando ela saiu por volta das 3h30 para comprar cigarro. Outra vizinha também foi violentada quando voltava do trabalho. Ela ficou com o rosto muito machucado, mas conseguiu fugir”, afirma uma moradora.

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