Desde o ano de 2006, a Bahia é o estado onde mais homossexuais são assassinados no país. “É o quinto ano consecutivo em que a Bahia tem essa vergonhosa liderança”, afirmou o professor e doutor em antropologia Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), durante apresentação ministrada por ele na abertura da sessão temática ‘O Ministério Público e a Segurança Pública para Lésbica, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT)’ na nesta segunda-feira (20). Uma das principais lideranças do país na defesa dos direitos dos homossexuais, Luiz Mott apresentou números preocupantes relacionados aos crimes de ódio e homofobia na Bahia.
“Estamos vivenciando um período de retrocesso, de ignorância e de fundamentalismo”, protestou o fundador do GGB. De acordo com ele, na década de 80 foram registrados 72 casos de assassinatos contra homossexuais na Bahia, mas nos últimos anos a violência tem-se intensificado. Somente no ano de 2009, foram computados 25 assassinatos; em 2010, 29; e, em 2011, já foram registrados nove casos. As cidades onde mais acontecem esses crimes no estado são Salvador, Itabuna, Feira de Santana, Ilhéus, Vitória da Conquista, Candeias, Lauro de Freitas e Jacobina. As vítimas são geralmente cabeleireiros, profissionais do sexo, pais de santo, bancários e profissionais liberais.
Além disso, afirmou Mott, 47% dos assassinatos foram cometidos nas ruas e 35% dentro da residência da vítima, sendo 31% com uso de arma de fogo e 21% com faca. Os alvos preferenciais, segundo ele, são os travestis. O professor repudiou o veto dado pela Presidência da República às cartilhas contra homofobia, ressaltando a importância de se realizar campanhas anti-homofobia nas escolas, onde acontecem muitos casos de bullying.
Fonte: ASCOM/MP Bahia
