Violência contra a mulher jamais pode ser justificada. Ela é ´pecaminosa e é também um crime`, afirma a carta

 A família vem em primeiro lugar, afirma carta pastoral

A Igreja Evangélica Unida de Porto Rico emitiu uma carta pastoral para ser lida com urgência nos púlpitos e nas congregações locais com o título “A família primeiro”. A igreja reage, assim, aos casos crescentes de violência contra a mulher verificados no país.

A carta, assinada pelo secretário geral da denominação, pastor Edward Rivera-Santiago, destaca que Jesus, na sua trajetória, sempre prestigiou a mulher, por isso a igreja não pode se calar diante do problema.

A violência doméstica e o assassinato de mulheres indicam que a cultura patriarcal continua presente na sociedade portorriquense. “A violência contra a mulher aponta que muitos homens se crêem donos do corpo, da vida e do destino dela”, assinala o texto.

A violência jamais pode ser justificada. Ela é “pecaminosa e é também um crime”, afirma a carta pastoral. “Também precisamos encontrar formas de ajudar àqueles homens que querem romper com os padrões do abuso”, assinala o texto.

Acabar com a violência contra a mulher requer um esforço coordenado a muitos níveis. “Convido-lhes a colocar o nosso esforço na construção de uma comunidade livre de violência. O abuso contra a mulher reflete a falta de entendimento a respeito da forma com que homens e mulheres devem relacionar-se. Isso viola os valores básicos cristãos de justiça, igualdade, respeito, dignidade e paz”, diz a carta pastoral.

O Evangelho, prossegue, é incompatível com qualquer forma de violência. A agressão contra a mulher não contribui para a convivência pacífica, tão necessária na sociedade portorriquenha.

Rivera-Santiago advertiu pastores para que cuidem do recurso a textos bíblicos que são usados para justificar comportamentos abusivos contra as mulheres. “Temos que cuidar da violência hermenêutica”, alertou.

A carta pastoral incentiva as congregações que promovam estudos bíblicos e instituam espaços de conversação e debate sobre essa “situação tão nefasta para nossas mulheres e nossa sociedade”.

Livro da CPAD trata sobre o tema

Um lançamento recente da CPAD: “Homens Violentos e Mulheres que os Amam” é um interessante relato porque não foi escrito por um estudioso da área ou por uma mulher vítima desta terrível violência, mas pelo próprio marido agressor com a colaboração de sua esposa, mostrando que há possibilidade de reabilitação.

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Fonte: ALC

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