Cerca de 85% da população egípcia é muçulmana

  • Tipo de Perseguição: Antagonismo étnico, paranoia ditatorial e opressão islâmica
  • Capital: Cairo
  • Região: Norte da África
  • Líder: Abdel Fattah al-Sisi
  • Governo: República presidencialista
  • Religião: Islamismo, cristianismo
  • Idioma: Árabe, inglês e francês
  • Pontuação: 76

POPULAÇÃO: 101,2 MILHÕES

POPULAÇÃO CRISTÃ: 16,2 MILHÕES

Com 76 pontos, o Egito está na 16ª posição na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2020, mesma pontuação e posição de 2019. Embora apenas um grande ataque contra cristãos tenha ocorrido no período, o nível de violência contra cristãos permanece alto, com ao menos 23 cristãos mortos e 124 atacados, entre outros incidentes relatados.

Cristãos no Egito explicam que a perseguição acontece majoritariamente no nível comunitário. Os incidentes variam de mulheres cristãs sendo assediadas enquanto caminham na rua a uma multidão de muçulmanos irados que forçam toda uma comunidade de cristãos a sair, tendo suas casas e pertences confiscados. Esse tipo de incidente acontece mais no Alto Egito, onde movimentos salafistas (movimentos ortodoxos, internacionalistas e ultraconservadores dentro do islamismo sunita) são ativos nas comunidades rurais. O Partido Islâmico Salafista continua a existir e opera ilegalmente. A influência do partido é considerável em sociedades rurais onde há uma alta porcentagem de analfabetismo e pobreza.

 

“Vi centenas de pessoas carregando paus e pedras. Eles cantavam Allah Akbar [que significa Alá é grande, em árabe] e gritavam slogans hostis sobre o cristianismo.”

NERMIN, CRISTÃ EGÍPCIA

 

A Universidade Al-Azhar, umas das mais influentes universidades islâmicas do mundo, tem um lugar proeminente dentro da sociedade egípcia e até mesmo da Constituição. O Grã Imã Ahmed el-Tayyeb, da Al-Azhar, afirmou claramente que não há lugar no islã para que muçulmanos se convertam ao cristianismo.

A instituição presidencial continua falando positivamente sobre a comunidade cristã no Egito. No entanto, a falta de sério reforço da lei e a indisposição das autoridades locais para proteger os cristãos os deixam vulneráveis a todos os tipos de ataques, principalmente no Alto Egito. Adicionalmente, devido à natureza ditatorial do regime, nem os líderes da igreja nem outros cristãos podem falar contra essas práticas.

Além disso, em claro contraste em como as mesquitas e as organizações islâmicas são tratadas, igrejas e ONGs cristãs são restringidas no que diz respeito a construir novos templos ou realizar serviços sociais. Cristãos de todas as linhas têm dificuldades para encontrar novos lugares para o culto congregacional. As dificuldades vêm tanto das restrições do Estado como da hostilidade da comunidade e violência das multidões.

Cristãos ex-muçulmanos têm grande dificuldade em viver a fé, pois enfrentam enorme pressão da família para retornar ao islamismo. O Estado também torna impossível para eles receberem qualquer reconhecimento oficial da conversão.

O Egito é um país extremamente importante na região devido a sua localização estratégica, seu tamanho territorial e populacional e por sua influência histórica e diplomática. A igreja no Egito também é de suma importância, uma vez que a presença cristã no país representa a maior população cristã sobrevivente da região.

Ao longo do século 20 e em diante, parece que as visões concorrentes do Estado egípcio têm competido pelo domínio no país. Uma visão (avançada pelo exército e estabelecimento político) enfatiza mais o nacionalismo em oposição à religião, enquanto, por outro lado, os islâmicos, incluindo a Irmandade Muçulmana, querem tornar a religião o fundamento e o elemento central da identidade egípcia.

Ambas as visões ofereceram aos cristãos egípcios pouco no que se refere aos direitos e segurança e, à medida que a concorrência entre esses dois campos se desenrola, os cristãos egípcios estão frequentemente no fogo cruzado político, e são forçados a fazer escolhas difíceis.

O alto nível de analfabetismo, estagnação econômica e pressão demográfica também significam que – independentemente da dispensa política no país – a sociedade egípcia continua a ser suscetível à influência das versões mais radicais e intolerantes do islã que são particularmente atraentes para os jovens e os pobres.

Apesar do estado de emergência declarado pelo governo para lidar com ataques violentos que tiveram cristãos como alvo, é provável que o senso de vulnerabilidade e insegurança entre os cristãos persista em um futuro próximo. A extensão em que esses ataques continuarem vai determinar a trajetória da dinâmica de perseguição no Egito. É provável que as formas não violentas de perseguição que prevalecem em várias esferas da vida continuem sem muita mudança para melhor.

Exemplos específicos de perseguição no período de pesquisa da LMP 2020 (1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019):

  • Em 2 de novembro de 2018, militantes islâmicos abriram fogo contra dois ônibus que levavam peregrinos cristãos na província de Minia, matando sete e ferindo ao menos 19 pessoas. Ao menos 16 cristãos foram mortos por causa da fé ou sob circunstâncias suspeitas, a maioria no Alto Egito.
  • Em 23 de novembro de 2019, um ativista copta, Ramy Kamel, foi preso por seus contínuos relatos sobre a violência e discriminação contra cristãos no Alto Egito. Ele foi acusado de “se juntar a uma organização terrorista” e “espalhar falsas notícias”.
  • Em junho de 2019, cristãos coptas foram atacados por uma multidão, depois que um deles supostamente escreveu um post considerado blasfemo no Facebook. A polícia deteve alguns dos coptas e o responsável pelo post ficou preso.
  • Embora o governo continue com a legalização de igrejas sob a Lei de Construção de Igreja de 2016, milhares de igrejas ainda estão esperando para ser formalmente reconhecidas. Os pedidos de reconhecimento oficial algumas vezes são respondidos com violência por parte de multidões e com fechamento da igreja pelos serviços de segurança.
  • Ao menos cinco prédios de igrejas foram incendiados, com os cristãos se perguntando se isso realmente aconteceu por coincidência.

Motivos de Oração:

  • Ore para que os cristãos tenham seus direitos assegurados como cidadãos. Clame para que eles sejam fortalecidos no Senhor e esperem na justiça que vem dele.
  • Interceda pelo presidente e autoridades, para que se esforcem para criar uma sociedade mais igualitária e justa.
  • Clame para que os extremistas islâmicos sejam tocados pelo poder de Deus e que a minoria cristã saiba como responder em amor diante de ataques e opressão.

Fonte: Portas Abertas

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