Há 9 anos em guerra, a Síria precisa de esperança e paz

  • Tipo de Perseguição: Opressão islâmica, antagonismo étnico, paranoia ditatorial, protecionismo denominacional, corrupção e crime organizado
  • Capital: Damasco
  • Região: Oriente Médio
  • Líder: Bashar al-Assad
  • Governo: República presidencialista
  • Religião: Islamismo, cristianismo, druso, judaísmo
  • Idioma: Árabe, curdo, armênio, aramaico, circassiano, francês, inglês
  • Pontuação: 82

POPULAÇÃO: 18,5 MILHÕES

POPULAÇÃO: CRISTà744 MIL

Com 82 pontos, a Síria está em 11º lugar na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2020, a mesma pontuação e posição de 2019. As pontuações para pressão nas diferentes esferas da vida e para violência não mudaram muito.

Devido à exposição pública, principalmente os líderes das igrejas históricas são alvo de sequestro. Mas as congregações também estão em uma posição vulnerável, pois são conhecidas pela orientação ocidental, a fragmentação, a falta de liderança forte e a falta de um porta-voz estrangeiro, como um bispo, que possa falar em seu nome.

Em áreas controladas por grupos islâmicos radicais, a maioria das igrejas históricas foi demolida ou usada como centros islâmicos. As expressões públicas da fé cristã são proibidas e os prédios da igreja não podem ser reparados ou restaurados, independentemente de o dano ter sido colateral ou intencional. Nas áreas controladas pelo governo, há menos monitoramento de cristãos devido às circunstâncias da guerra. A reputação política das denominações, das igrejas e dos líderes locais desempenha um papel importante no nível de perseguição ou opressão que enfrentam de grupos que estão lutando contra o presidente Assad.

Cristãos ex-muçulmanos são especialmente pressionados pela família, pois a conversão lhes traz uma grande desonra. Isso é particularmente verdadeiro em boa parte das áreas sunitas, onde os convertidos correm o risco de serem expulsos das casas de seus familiares. A pressão da família é menor nas áreas curdas, pois os curdos sunitas são geralmente menos radicais. De fato, no norte de Alepo há comunidades cristãs curdas reconhecidas.

“Quando fugimos de Alepo, eu perguntava a Deus: ‘Por que isso aconteceu comigo e com minha família?’ Em 2016, aceitei Jesus como meu Salvador e entendi como ele transforma tudo para o bem daqueles que o amam.”

EMMA, CRISTÃ DA SÍRIA

Nas circunstâncias caóticas da guerra, muitas vezes não está claro se os incidentes têm motivação religiosa ou não. Os motivos costumam ser mistos e incluem mecanismos de poder. No entanto, isso não exclui necessariamente a motivação anticristã.

  • 11 de julho de 2019: a igreja ortodoxa síria em Qamishli, nordeste da Síria, foi alvo de um ataque com carro-bomba. A mídia estatal informou que 11 civis ficaram feridos, o portão da igreja foi amassado e as lojas próximas severamente danificadas (Al Monitor).
  • 8 de julho de 2019: desapareceu a senhora cristã armênia Suzan Der Kirkour, de 60 anos, que vivia na província síria de Idlib. Quando seu corpo foi encontrado, um dia depois, a autópsia revelou que ela havia sido torturada e violentada repetidamente por aproximadamente nove horas. Por fim, ela foi apedrejada até a morte (International Christian Concern).
  • 12 de maio de 2019: a cidade cristã de Al-Suqaylabiyah, no noroeste da Síria, sofreu fortes ataques. Como resultado do bombardeio, cinco crianças, que estavam brincando perto de um mosteiro durante uma reunião da escola dominical, e o professor morreram. Quatro outros ficaram feridos. Uma semana depois, uma sexta criança morreu devido aos ferimentos. Al-Suqaylabiyah está localizada em território controlado pelo governo, próximo à fronteira com a província de Idlib, controlada pelo grupo jihadista HTS (Hayat Tahrir al-Sham). Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, “os responsáveis pelo ataque são considerados militantes islâmicos que visavam especificamente a comunidade religiosa” (Observatório Sírio para os Direitos Humanos).
  • Novembro de 2018: de acordo com a Sírios pela Verdade e Justiça, “o HTS apreendeu 400 casas e 50 lojas de cristãos, na província de Idlib”. Segundo informações, o violento grupo islâmico considera tais propriedades espólios da guerra. Se isso aconteceu em apenas um mês, é provável que o número durante todo o período de pesquisa da LMP seja maior. Como resultado da perda de propriedade e violações de seus direitos, a maioria dos cristãos em Idlib se mudou para áreas controladas pelo governo ou para o exterior (Sírios pela Verdade e Justiça).

Entre os cristãos o medo imperou nos últimos anos, principalmente devido a ameaças, intimidação e sequestros realizados por grupos radicais islâmicos, que consideram os cristãos como infiéis. A chegada de jihadistas do exterior e a imposição do califado do Estado Islâmico em 2014 claramente acrescentou o componente religioso à perseguição aos cristãos durante a guerra civil.

Já em fevereiro de 2014, cristãos da cidade de Raqqa foram obrigados a assinar um contrato “dhimmi” (termo histórico que se refere a um não muçulmano vivendo em um estado islâmico com proteção legal), violando sua liberdade religiosa.

Em fevereiro de 2015, a BBC publicou: “Em áreas tomadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico, cristãos foram ordenados a se converter ao islã, pagar a ‘jizya’ (arrecadação religiosa) ou enfrentar a morte. Na província de Hassakeh, em fevereiro de 2015, teme-se que centenas de cristãos tenham sido sequestrados por extremistas. Líderes cristãos também foram sequestrados por homens armados desconhecidos. As suspeitas recaem sobre o Nusra Front, um afiliado sírio da Al-Qaeda”.

Embora o Estado Islâmico (EI) tenha sido derrotado militarmente, sua influência não desapareceu. Os combates também continuam na província de Idlib contra outras facções jihadistas apoiadas pela Turquia. Os cristãos são pegos no fogo cruzado entre tropas do governo e forças rebeldes, especialmente nas linhas de frente. O Think Tank IHS Markit faz a seguinte avaliação da situação de segurança em sua atualização de julho de 2019: “O califado do Estado Islâmico foi eliminado, mas o grupo mantém penetração de inteligência e capacidade suficientes para conduzir ataques sofisticados em grande parte da Síria, sobretudo nos rios Eufrates e Khabur, e nos desertos de Homs e Suwayda. Separadamente, Haya Tahrir al-Sham, afiliada da Al-Qaeda, ocasionalmente tem como alvo ativos governamentais, civis e pontos estratégicos em áreas controladas pelo governo. O aeroporto melhorou significativamente nos últimos 12 meses, embora continue a haver um risco elevado de danos colaterais às aeronaves no solo por ataques aéreos de Israel contra a presença iraniana”.

Motivos de oração:

  • Ore para que a ação dos grupos terroristas islâmicos tenha um fim na Síria, bem como a guerra, e que a população possa viver em paz e reconstruir a nação.
  • Clame para que a ajuda chegue aos cristãos, que são um dos grupos mais vulneráveis no país. Que eles tenham suas necessidades básicas supridas e a esperança renovada.
  • Interceda para que os cristãos tenham sabedoria e amor para lidar com os vizinhos muçulmanos e sejam um testemunho do caráter de Jesus, mesmo sendo marginalizados.

Fonte: Portas Abertas

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