A Constituição declara que o islamismo é a religião do Estado e a sharia é a fonte de toda legislação

  • Tipo de Perseguição: Antagonismo étnico, opressão islâmica, paranoia ditatorial
  • Capital: Saná
  • Região: Península Arábica
  • Líder: Abd Rabuh Mansur Hadi
  • Governo: Em transição
  • Religião: Islamismo
  • Idioma: Árabe
  • Pontuação: 85

POPULAÇÃO: 29,6 MILHÕES
POPULAÇÃO CRISTÃ: ALGUNS MILHARES

Com 85 pontos, o Iêmen está na 8ª posição na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2020, a mesma que em 2019. A pontuação do Iêmen ficou um ponto abaixo do ano anterior, isso devido a um número mais baixo de incidentes violentos contra cristãos relatados. Como outros civis, os cristãos sofrem muito com a guerra e com a crescente influência dos militantes islâmicos, o que aumenta a posição já vulnerável dos cristãos nativos. A maioria dos cristãos expatriados e migrantes deixou o país, deixando uma igreja agora composta principalmente de cristãos ex- muçulmanos nativos.

A igreja no Iêmen é formada essencialmente de comunidades de cristãos iemenitas ex-muçulmanos que precisam manter a fé em segredo. Eles enfrentam perseguição das autoridades, o que inclui detenções e interrogatórios, da família e de grupos radicais islâmicos, que ameaçam de morte os considerados apóstatas se eles não se reconverterem. Leis tribais proíbem que os membros saiam da tribo e a punição por abandonar o islamismo pode ser morte ou expulsão. Homens e mulheres convertidos ao cristianismo casados com muçulmanos correm o risco de divórcio, inclusive com perda da guarda dos filhos.

Os cristãos sofrem com a crise humanitária geral no país, mas eles são ainda mais vulneráveis visto que a ajuda emergencial é distribuída em grande parte através de organizações islâmicas e mesquitas locais, o que é uma discriminação contra todos que não são considerados muçulmanos devotos.

“Senhor, nos ajude, pois estamos cansados desta guerra sem sentido, do sangue e da ansiedade sob a qual as pessoas vivem. Oramos para que o reino de Deus seja estabelecido no Iêmen.”

ORAÇÃO DE UM CRISTÃO EX-MUÇULMANO DO IÊMEN

A contínua guerra no Iêmen é o resultado de várias lutas por poder local e nacional, agravadas por um conflito entre Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos. O Iêmen é atualmente o palco de quatros crises políticas entrelaçadas, envolvendo uma constelação de atores políticos e grupos armados que buscam poder, reconhecimento e influência.

Assistidos pelo caos da guerra civil, grupos militantes islâmicos se tornaram mais influentes. Particularmente, a influência da Al-Qaeda na Península Arábica cresceu ainda mais à medida que expande seu controle territorial no sul do Iêmen. Grupos afiliados ao Estado Islâmico também estão presentes no país, devastado pela guerra, e atacam os alvos relacionados aos xiitas e ao governo desde março de 2015.

Os edifícios onde cristãos ou estrangeiros de países cristãos estavam trabalhando foram alvo no decorrer do conflito. Por exemplo, em março de 2016 uma casa de repouso para idosos e deficientes foi diretamente atacada por assaltantes, conectados ao Estado Islâmico.

De acordo com o líder de uma ONG ativa no país, nas áreas onde as forças de coalizão da Arábia Saudita dominaram ou liberaram áreas, os cristãos locais geralmente foram alvo de radicais sunitas como consequência. Entretanto, há sinais de esperança depois que o governo do Iêmen assinou um acordo de poder compartilhado em novembro de 2019 com os separatistas do sul, para formar um governo novo e estável e, também desde que uma iniciativa saudi-houthi de deter a escalada do conflito está sendo discutida.

De acordo com as estatísticas do World Christian Database (WCD), mais de 99% da população é muçulmana, cerca de 65% são sunitas, principalmente no sul e leste, e cerca de 35% são xiitas, localizados no noroeste do país. A guerra atual evolui em torno do conflito sunita-xiita, com Arábia Saudita e Irã envolvidos também.

A guerra no Iêmen levou a altos níveis de violência e ilegalidade, uma situação que é suscetível de aumentar a opressão sobre as minorias, inclusive os cristãos. O Economist Intelligence Unit (EIU), departamento de pesquisa da revista inglesa The Economist, ressalta o fato de que mesmo se um acordo de paz for alcançado, “a contínua presença da Al-Qaeda e o crescente chamado para uma separação do sul significará que o conflito continuará”.  O país mais pobre da Península Arábica encontra-se no meio de uma devastadora catástrofe humanitária. As condições do país do ponto de vista humano e econômico são tão ruins que levará anos para se recuperar. Altamente dependente da ajuda externa, o país é muito vulnerável a fatores econômicos externos, como a queda nos preços do petróleo que afeta o apoio financeiro para a reconstrução dos aliados do Golfo.

Exemplos de perseguição no período de pesquisa da LMP 2020 (1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019):

  • Vários cristãos foram detidos por razões relacionadas à fé. De acordo com algumas fontes, tanto fatores religiosos como não religiosos estão geralmente envolvidos nesses casos.
  • Ao menos uma dúzia de cristãos foram abusados física ou mentalmente como resultado da fé e da situação de guerra, sendo que a ameaça parte geralmente das famílias e comunidades.
  • Vários cristãos precisaram deixar suas casas e se realocar em outro lugar do país por medo de assassinato, tanto por causa da fé quanto por razões relacionadas à guerra.

Motivos de oração:

  • Clame pelo fim da guerra e de toda injustiça e para que os cristãos também recebam ajuda humanitária.
  • Interceda pelo cuidado, proteção e provisão do Senhor para os cristãos ex-muçulmanos. Que eles fiquem firmes na fé e que a presença de Jesus seja vista na vida deles.
  • Agradeça a Deus pelo acordo de paz que foi assinado e peça pelos desdobramentos, para que o país se recupere. Que os iemenitas encontrem a verdadeira esperança em Jesus.

Fonte: Portas Abertas

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