Depois da Áustria e do Canadá, agora é a Alemanha que terá mudanças em seu hino nacional. Numa tentativa de se adequar ao discurso politicamente correto que tenta se impor como norma, desde 2011 o país tem uma “comissária da igualdade”.

Quem ocupa o cargo é Kristin Rose-Moehring. Esta semana ela fez a proposta para retirar as “referências estritamente masculinas”, trocando-as por “gêneros neutros” em alemão.

O pedido foi divulgado em uma carta aberta ao governo, escrita em função do Dia Internacional das Mulheres, a ser comemorado em 8 de março. Porém, ainda não foi votado pelo Congresso.

A ideia é que a Alemanha substitua palavras que seriam masculinas como “Vaterland” (terra de nossos pais, em tradução livre) por “Heimatland” (pátria) e outro termo, com sentido de “fraterno”, trocando-a por “corajosa”.

Segundo Rose-Moehring, suas propostas são para que o hino torne-se “mais correspondente aos tempos atuais”. A agência governamental comandada por ela possui 25 funcionários e visa analisar questões referentes ao comportamento social.

Caso seja aprovada, essa não será a primeira mudança no hino nacional. A letra original, escrita pelo poeta August Heinrich Hoffmann von Fallersleben, em 1841, foi adotada oficialmente como representação da pátria alemã em 1922. Como os nazistas usavam de maneira extremada a primeira estrofe, que dizia “Alemanha, Alemanha acima de tudo, acima de tudo no mundo”, as primeiras frases foram eliminadas em 1991, quando o país foi reunificado. Desde então passou a iniciar no que seria a antiga terceira estrofe, que diz: “Unidade, justiça e liberdade”.

As mudanças de hinos indicam o fortalecimento do discurso de “igualdade” e “neutralidade” que permeia a maioria das sociedades ocidentais.

Em 2011, um movimento feminista dentro do partido OeVP consegui passar uma lei que incluía o termo “filhas” na estrofe que dizia “Terra de grandes filhos”. Assim, a nova letra ficou: “Terra de grandes filhas e filhos”.

No mês passado, o Senado canadense aprovou a lei que muda a letra do seu hino nacional. Ele deixou de ter marcação de gênero. A alteração será na frase “in all thy sons command” [a todos vossos filhos comanda], que passará ser cantada “in all of us command” [a todos nós comanda]. Com informações de The New York Times

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