Enquanto os cristãos do Brasil comemoram livremente o Natal nesta segunda-feira, há milhões de fiéis no mundo todo que precisam fazer a celebração em segredo, sabendo que, se foram apanhados, podem ser presos ou até mortos. Embora haja controvérsias históricas sobre a exatidão da data, o importante para eles é a lembrança do nascimento do Salvador.

A missão Portas Abertas divulgou alguns testemunhos de pessoas que vivem em países como a Arábia Saudita, onde a comemoração do Natal é ilegal. Citou a pregação de um pastor indiano que trabalha secularmente ali e lidera uma igreja subterrânea. “Deus quer usá-lo”, diz ele à pequena congregação. “Todo dia pode ser Natal se você estiver disposto a obedecer a Deus que nos ordenou a ir e fazer discípulos de todas as nações, afinal para milhões de muçulmanos Jesus não ‘nasceu’ em seus corações”.

O texto publicado pelo ministério Portas Abertas pede que os seguidores de Jesus de todo o mundo que têm liberdade religiosa possam lembrar em oração dos seus irmãos que estão sendo perseguidos e não poderão comemorar em paz a data.

A missão lembra que na semana passada, terroristas atacaram uma igreja evangélica no Paquistão, matando 11 pessoas e feriando mais de 50. Era um culto alusivo ao Natal, onde estavam sendo distribuídos presentes para as crianças.

Os cristãos do Egito vão lembrar com muita dor o ataque terrorista contra a igreja do Cairo que está completando um ano. A situação não mudou nada de lá para cá.

Em 2015, a Somália proibiu o Natal com a justificativa de que, por ser um país muçulmano, não precisaria da festa. O governo justificou a proibição dizendo que o Natal e o Ano Novo “não têm nada a ver com o Islã”. Em países como a Indonésia, milhares de soldados são enviadas para guardar as igrejas durante os cultos de Natal.

Na China, a comemoração do Natal é proibida no país desde a revolução socialista. Mas por questões comerciais, a figura do Papai Noel e árvores natalinas são comuns no país. Já os presépios e menções a Jesus são “desencorajadas” pelo governo.

Há dois anos, o Tajiquistão, na Ásia Central, e Brunei, no sudeste asiático, aprovaram leis com duras restrições aos símbolos e tradições natalinas. Na Coreia do Norte, o regime de Kim Jong-un não permite nenhuma celebração religiosa para os cristãos e, no dia 24 de dezembro, diz que a população deve celebrar o nascimento da “Mãe Sagrada da Revolução”, a mãe do ex-líder Kim Jong-il.

No Irã, os cristãos que desejam comemorar o Natal estão cientes das duras consequências para quem desobedecer às leis nacionais contra a data. “Comecei a frequentar uma igreja doméstica e, quando o Natal chega, comemoro a data no meu coração”, disse Mojtaba, um iraniano cristão. Ele relata que durante os cultos na casa que reúne os fiéis, eles colocam uma decoração simples, com bandeirinhas coloridas e cada um traz algum tipo de alimento. Assim, se a polícia invadir o local, algo comum nessa época do ano, os cristãos afirmam que estão comemorando um aniversário”.

Ainda segundo a missão, em países como a Síria, as decorações de Natal são ilegais ou perigosas, pois tornam as casas um alvo fácil de terroristas que ameaçam constantemente os cristãos. No início da guerra, em 2011, 1,25 milhão de cristãos viviam na Síria. Segundo um levantamento recente, restaram 794 mil cristãos no país.

Em 2017, muitos cristãos sírios de Homs – que ficou sob controle do Estado Islâmico muito tempo, mas foi liberta três anos atrás – que fugiram da guerra já retornaram a suas casas. Em meio aos edifícios destruídos, um pinheiro com uma estrela no topo foi colocado no bairro de Al-Hamidiyah, um reduto cristão na parte antiga da cidade. Dezenas de fotografias dos mortos nos combates estão penduradas no “muro da honra”, alguns já descoloridos pela chuva. Com informações Portas Abertas  e Equattoria

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