Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Sérgio Moro

No prefácio da edição brasileira de ‘Mãos Limpas, a verdade sobre a operação italiana que inspirou a Lava Jato’, o juiz federal Sérgio Moro, símbolo da missão brasileira tão espetacular e complexa como aquela do país europeu, faz um alerta sobre os danos da corrupção sistêmica para a democracia e atribui ao sistema político o esvaziamento do combate a ‘esse mal que deve ser vencido’. ‘Mãos Limpas’ foi um êxito notável, inicialmente, pelo fabuloso contingente de corruptos desmascarados na Itália a partir de 1992. Mas uma reação implacável de parlamentares acuados levou à aprovação de um conjunto de leis que puseram um freio na histórica investigação e esvaziaram seus resultados. No Brasil, uma contraofensiva à Lava Jato, similar à que golpeou Mãos Limpas, caminha a passos largos no Congresso. Deputados e senadores defendem o endurecimento da Lei do Abuso de Autoridade, buscam intimidar os investigadores e investem contra mecanismos adotados intensamente no cerco ao esquema de cartel e propinas instalado na Petrobrás – instrumentos como a delação premiada e a prisão cautelar. Como que antevendo a ação de inimigos à espreita da Lava Jato, o juiz federal escreve. “Nessa perspectiva, essa história transcende em muito a Itália, pois não se trata da única democracia a enfrentar esse mesmo desafio. Que essa história não seja esquecida”, adverte Moro, no prefácio. Fonte: Estadão

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