Bumlai diz em alegações a Sérgio Moro ter sido o ‘trouxa perfeito do PT’

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
O pecuarista José Carlos Bumlai, preso pela Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato, afirmou nas alegações finais apresentadas nesta sexta-feira (12) ao juiz Sérgio Moro, se considerar o “trouxa perfeito do PT”. Na peça, entregue como parte da ação penal em que é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira, a defesa do pecuarista diz que ele é ciente de que cometeu “um grave equívoco, que redundou na acusação, tem consciência de seus atos e de muitos deles se arrepende”. Bumlai é acusado de tomar um empréstimo de R$ 12 milhões ao Banco Schahin, em 2004, para pagamento de dívidas do PT. Em troca do empréstimo, o Grupo Schahin foi favorecido por um contrato de US$ 1,6 bilhão sem licitação com a Petrobrás, em 2009, para operar um navio sonda. “A prova dos autos explica o que de fato aconteceu: o PT precisava de dinheiro para, entre outras providências, quitar dívidas da campanha da prefeitura de Campinas”, alega a defesa. “Por sua vez, o Banco Schahin, representado pelo então presidente Sandro Tordin e seus controladores Salim e Milton Schahin, tinha dinheiro disponível e muito interesse em se aproximar do Governo Federal e do Partido dos Trabalhadores para se beneficiar de novas ‘oportunidades de negócios’… Nesse contexto, como esclareceu Bumlai, ‘o empréstimo já estava totalmente aprovado’ e ‘só precisava de um trouxa’ ‘pra assinar e ficar responsável por ele’”. De acordo com o blog de Fausto Macedo, do Estadão, o ‘trouxa’ escolhido foi José Carlos Bumlai que, “além de ser conhecido de todos os envolvidos, era adimplente amigo do presidente Lula. Eis o trouxa perfeito!”. Na quinta, o juiz Sérgio Moro ordenou que Bumlai voltasse para cadeia. O pecuarista cumpria prisão domiciliar por motivos de saúde, mas Moro, responsável pelos processos de primeira instância da Lava Jato, avaliou que ele deveria voltar a cumprir prisão preventiva.
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