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Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, desta sexta-feira (3), traz detalhes da delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. Em seu depoimento para a Operação Lava Jato, Cerveró afirmou que a campanha de governador da Bahia em 2006 do ex-ministro Jaques Wagner (PT) recebeu recursos da comercialização de petróleos e derivados no mercado internacional por intermédio do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli.

Na delação, o ex-diretor da Petrobrás garante que o dinheiro recebido por Jaques Wagner foi fundamental para garantira a sua primeira eleição como governador. “Em 2006 Jacques Wagner era o azarão, o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para o governo da Bahia. O apoio financeiro dado por Gabrielli foi o que permitiu Jacques Wagner vencer a eleição, contra os prognósticos iniciais”, afirmou Cerveró, em seu termo de colaboração 31, fechado com a Procuradoria Geral da República e tornado público nesta quinta-feira, 2, por ordem do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

Cerveró apontou, ainda, que Wagner “teve participação decisiva na indicação de Gabrielli para a presidência da Petrobrás”. “Ambos integravam a chamada ‘República dos Caranguejos’, ao lado de Marcelo Déda (governador de Sergipe, morto em 2013) e Humberto Costa (senador de Pernambuco).” – todos membros do PT. “Houve uma disputa grande para o cargo. O nome de Gabrielli foi apoiado pela ‘República dos Caranguejos”, contou o delator.

Cerveró não apresenta provas em sua delação desses supostos repasses feitos para a campanha de Jaques Wagner, por ação de Gabrielli – que também é da Bahia. Mas deu pistas sobre o suposto caminho do dinheiro. “Esse apoio financeiro se deu por recursos obtidos através do trading internacional da Petrobrás, que era controlado pela área de Abastecimento”, afirmou, apontando para a diretoria então sob presidência do engenheiro Paulo Roberto Costa.

Outra fonte de recursos suspeitos na campanha de Wagner teria sido, segundo Cerveró, a construção do prédio da Petrobrás em Salvador para servir de sede do setor financeiro da estatal. “[O negócio] também gerou aportes para a campanha de Jacques Wagner”, diz o delator, que atribuiu a decisão de levar o setor para a Bahia e de construir o prédio ao ex-presidente da estatal. “Não havia nenhuma necessidade de mudança da área financeira da Petrobrás para Salvador.” Estadão

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