Foto: Sete Brasil

Sonda DRU1 Urca (direita) e Sonda DRU2 Frade (esquerda), sendo construídas no Estaleiro BrasFELS

A denúncia da Procuradoria da República contra o marqueteiro do PT e o operador de propinas do grupo Keppel Fels – dono do estaleiro BrasFels –, na semana passada, abriu o pacote de acusações força-tarefa da Operação Lava Jato no setor bilionário de plataformas e navios-sondas para exploração de petróleo do pré-sal. As primeiras denúncias são pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Numa segunda etapa serão apresentadas à Justiça acusações criminais por cartel e fraude à licitação envolvendo políticos, agentes públicos da Petrobrás, dos estaleiros e da empresa Sete Brasil – criada pela estatal petrolífera com bancos e recursos de fundos de pensão para ser a intermediária nas contratações de plataformas. Essa frente das apurações envolvem diretamente o esquema de cartel e corrupção na Petrobrás durante o governo Dilma Rousseff, que assumiu em 2011 – a presidente não é alvo da apuração. “No período compreendido entre 2011 e 2014, uma grande organização criminosa estruturou-se com a finalidade de praticar delitos em desfavor da Petrobrás, englobando altos funcionários da Estatal, diretores da Sete Brasil, representantes comerciais e operadores de diversos Estaleiros, estruturados em quatro núcleos fundamentais”, sustenta a Procuradoria, na denúncia contra o lobista da Keppels Fels e João Santana. “Embora o discurso utilizado para a criação da empresa tenha sido o de estimular o mercado nacional, o que se observou, na realidade, foi a implementação e utilização da nova estrutura empresarial como uma forma de expandir o esquema de corrupção estruturado na Petrobrás. O fato de se os cargos de Presidente e Diretor de Operações da Sete Brasil serem de indicação da Petrobrás terminou por permitir que a mesma sistemática de nomeação política implementada para os altos cargos da Petrobrás fosse estendida para a Diretoria da Sete Brasil”, diz a denúncia envolvendo pagamentos da Keppels Fels. Fonte: Estadão.

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