Anistia Internacional denuncia morte e desaparecimento de jovens na Bahia à ONU

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil
A Anistia Internacional vai denunciar à Organização das Nações Unidas (ONU) a morte e o sumiço de jovens na Bahia. A entidade foi procurada na quinta-feira, 4, por um grupo de pais que tiveram os filhos mortos ou sequestrados, com relatos de participação policial e de imobilismo nos inquéritos que, em muitos casos, permanecem inconclusivos.  De acordo com a Agência Brasil, o assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Alexandre Ciconello, ouviu o relato de cinco mães e um pai desses jovens, que ainda aguardam uma resposta mais clara do Estado. “Nós continuamos a ver jovens negros sendo assassinados, sequestrados ou desaparecidos, sem nenhum tipo de justiça para esses parentes. Há o caso do Davi Fiúza, que desapareceu há 40 dias, depois de uma abordagem da polícia, na qual há testemunhas de que ele foi sequestrado e colocado amarrado em um carro. Outras mães aqui tiveram os filhos assassinados ou desaparecidos, sem nenhum tipo de resposta efetiva do Estado”, apontou Ciconello, que acrescentou que um grupo de trabalho nas Nações Unidas sobre desaparecidos que já procurou a ONG para ter informações formais sobre o caso de Davi Fiúza. “A gente está falando com a mãe do Davi e vamos levar esse caso para o grupo de trabalho da ONU. Em alguns casos, quando não há uma solução, também podemos apresentar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos [da OEA], e a ideia é esta”, diz. Na avaliação da entidade, “há uma dificuldade da corporação, da Secretaria de Segurança Pública, em agir nesses casos, principalmente quando há envolvimento de policiais”. “Temos muitos relatos de grupos de extermínio. Os mecanismos de controle da atividade policial na Bahia são muito frágeis. A corregedoria acabou de arquivar o caso do Davi, com testemunhas dizendo que ele foi abordado pela Polícia Militar. É preciso haver mudanças estruturais nas duas polícias”, observa.  Fonte: Bahia Noticias
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