Campanha quer levantar US$25 mi para ajudar refugiados cristãos

Campanha quer levantar US$25 mi para ajudar refugiados

Andando pelas ruas de Irbil, no Curdistão iraquiano, Johnnie Moore ficou impressionado com o que viu. “Os cristãos estavam por toda parte: nas ruas, em prédios abandonados, em barracas de lona que não são à prova de água”, disse o ex-capelão da Liberty University que voltou aterrorizado de sua viagem.

Moore trabalha como chefe de equipe para Mark Burnett e Roma Downey, atores cristãos famosos por produzirem a série “A Bíblia” e o longa “O Filho de Deus”. Eles estão decididos a levantar 25 milhões de dólares para ajudar cristãos iraquianos e sírios (assim como outras minorias) que estão refugiados por causa dos ataques do Estado Islâmico na região.

O casal doou o primeiro 1 milhão e conta com o apoio dos cristãos sensibilizados com a situação de seus irmãos no Oriente Médio. Segundo a ONU, 800 mil pessoas precisam urgentemente de abrigo e 2,8 milhões necessitam urgentemente de alimentos.

“As situação é muito urgente. Temos de agir rapidamente”, explica Moore. “O inverno está chegando. As chuvas iniciaram esta semana. Em breve chegará a neve”.

Eles estão trabalhando em parceria com o Instituto de Engajamento Global (IGE), organização acostumada a lidar com questões internacionais de liberdade religiosa.

O diretor do IGE Chris Seiple escreveu “Podemos ver o fim da presença de cristãos na região que é o berço do cristianismo”. Ele explica que estão recebendo mais apoio no momento de um muçulmano que dos pastores evangélicos. O rei Abdullah II da Jordânia reconheceu que “manter os cristãos na região é parte integrante da identidade do Oriente Médio”, e está cooperando com o IGE, assim como os líderes das igrejas orientais históricas da região.

A primeira fase da parceria IGE e do casal Burnett-Downey chama-se “Resgate, Restauração e Retorno”. Seu plano consiste em 1) identificar as comunidades cristãs iraquianas e sírias com maiores necessidades; 2) Enviar dinheiro para a compra de abrigos impermeáveis para ajudá-los a enfrentar o inverno; 3) Fornecer dinheiro para compra de alimentos.

A missão Portas Abertas do Brasil está fazendo uma coleta no mesmo sentido no endereçodoe.portasabertas.org.br.  O movimento Nassarah faz uma campanha de intercessão permanente pelos cristãos do Oriente Médio e divulga informações sobre o assunto. A organização católica Aleteiaorganizou uma petição online para reunir 500 mil assinaturas, que será encaminhada para a ONU.

Burnett e Downey explicam que defendem a liberdade religiosa e embora sua iniciativa tenham como foco a situação dos cristãos, poderão ajudar os yazidi e os muçulmanos que se negaram a apoiar o EI e por isso também foram perseguidos.

Eles fizeram uso da internet para denunciar os graves problemas relacionados à saúde e saneamento básico dos refugiados. Sempre chamou atenção o fato que, apesar de tudo, os cristãos continuam firmes. A maioria usa tinta spray para desenhar o mesmo “n” – que marca propriedade dos Nasrani (Nazarenos, em árabe)- que os milicianos do EI pintam na casa de cristãos.

Nas redes sociais já existe uma tentativa de mobilização para dar visibilidade às vítimas do EI. A hashtag #WeareN [#NósSomosN] vem sendo usada para marcar postagens sobre o conflito e as mortes provocadas pelos militantes do Estado Islâmico, que defendem a volta do califado e o fim de Israel.

Essa campanha virtual de solidariedade inclui evangélicos, católicos e ortodoxos, pois o termo “nazareno” diz respeito a Jesus, o centro do cristianismo. Essa forma de humilhação religiosa já ocorreu outras vezes na história. Um exemplo conhecido é a estrela de Davi com a inscrição “JUDE” usada pelos nazistas para “marcar” os judeus durante a ascensão do regime de Hitler na Europa. Estrelas amarelas eram costuradas nas roupas e pintadas nas casas para identificá-los. Com informações de Christianity Today

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