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Laryssa Borges, do Crato (CE)
Candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio NevesCandidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves (Evaristo Sa/AFP)

Faltando um mês para o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, o candidato do PSDB à Presidência da República Aécio Neves disse neste sábado que a rejeição do eleitor ao governo da presidente Dilma Rousseff abre espaço para que o PT atue com “terrorismo eleitoral” e o acuse de querer acabar com programas de assistência social, como o Bolsa Família. Para o tucano, a constatação, medida pelo Instituto Datafolha, de que 35% do eleitorado não votariam na petista “de jeito nenhum” coloca o PT “à beira de um ataque de nervos”.

“Quanto às ameaças e esse terrorismo eleitoral, isso é uma prática costumeira dos nossos adversários e do PT, que está assustado hoje com o que está vendo, com a rejeição das pessoas às suas propostas. Diria hoje que o PT é um partido à beira de um ataque de nervos”, afirmou Aécio após desembarcar na cidade cearense de Juazeiro do Norte, onde foi recebido pelos candidatos ao Senado Tasso Jereissati (PSDB) e ao governo estadual Eunício Oliveira (PMDB).

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No Nordeste, a presidente Dilma Rousseff, que só deve começar a realizar atos públicos de campanha no início do mês, lidera a preferência do eleitor com 49% das intenções de voto. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) aparece na segunda colocação quando somados os nove Estados nordestinos, com 12%. Aécio tem apenas 10% das intenções de voto na região.

Para o núcleo de campanha, o baixo desempenho do tucano na Região Nordeste, segundo maior colégio eleitoral do país, deve levá-lo a um verdadeiro “périplo” pelos estados para tornar sua imagem conhecida e afastar acusações de que estaria disposto a acabar com o programa Bolsa Família. “Não há candidato à Presidência da República que se possa considerar responsável e sério que não comece sua caminhada pelo Nordeste”, disse ele um dia após o candidato Eduardo Campos ter afirmado, também no Crato, que os políticos tem se voltado à região apenas por se tratar de um período eleitoral.

Desconhecido por 18% dos eleitores, Aécio realizou neste sábado ato público de campanha na microrregião do Cariri, no Ceará, participou de uma carreata em Juazeiro e visitou a feira agropecuária ExpoCrato, a maior do Estado. Na feira, estava ao lado de Jereissati, ex-governador e principal alvo de atenção do público local. Boa parte dos presentes questionava quem era o político que acompanhava Tasso. Alguns o confundiram com Eunício Oliveira.

Bolsa Família – O Nordeste é a principal região que sustenta a aprovação da presidente Dilma Rousseff e, em 2010, foi entre os nordestinos que a petista alcançou o maior êxito eleitoral, principalmente entre os municípios que tiveram maiores ganhos proporcionais de renda e acesso à escola. Os Estados nordestinos reúnem também o maior número de beneficiários do Bolsa Família e, durante a campanha presidencial, devem ser utilizados pelo candidato do PSDB para afastar a imagem de que ele acabaria com programas sociais e para construir a tese de Aécio como um “garantidor de direitos”.

“Todo instante percebemos a mentira buscando ser a condutora das ações daqueles que querem se perpetuar no poder. Para cada mentira que disserem vamos dizer dez verdades. Vamos não apenas manter o Bolsa Família, como vamos ampliá-lo e aprimorá-lo. Os programas sociais que têm dado certo não são programas de um partido ou de um governo, são da sociedade brasileira”, disse o candidato no Ceará.

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Autor de um projeto de lei que transforma o Bolsa Família em política de Estado, o tucano afirmou que esses benefícios a famílias carentes devem ser “permanentes”. Entre as propostas em estudo, Aécio afirmou, em sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, pelo UOL, pela Rádio Jovem Pan e pelo SBT, que poderá conceder “bônus” em casos específicos do Bolsa Família, como se o pai de família voltar a estudar ou se o aluno obtiver boas notas.
“Quero que o Bolsa Família seja um programa permanente, independentemente de quem seja o próximo presidente, até porque ele se iniciou no nosso governo com o Bolsa Escola e o Bolsa Educação”, afirmou.

“Estou extremamente otimista com a possibilidade não apenas de vencermos as eleições, mas de fazer um governo à altura da expectativa desses mais de 60% da população que clama por mudança, um governo que respeite os avanços de até aqui, que mantenha, amplie e aprimore os programas sociais que atendem e beneficiam a população brasileira, como o Bolsa Família, por exemplo, mas que permita à população sair desse processo de estagflação, de crescimento estagnado e paralisado e com a inflação de novo comendo o salário e a renda do trabalhador e da dona de casa brasileiros. O Brasil precisa ver encerrado esse ciclo de governo para iniciarmos um outro de crescimento e sobretudo de novos avanços sociais”, completou ele.

Neste domingo, Aécio Neves participa de missa campal em homenagem aos 80 anos da morte de Padre Cícero, vai à estátua do líder católico e visita um hospital na cidade de Barbalha. Pela manhã, o candidato cumpriu agenda em São Paulo.

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