Por Robson Duval ( Balanço do Dia/Rádio Clube FM (95,9)

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por Robson do Val

A Constituição Federal diz que a publicidade dos atos do poder público é um dos princípios da administração, mas veda o uso da propaganda como promoção pessoal. A legislação eleitoral também impõe restrições à publicidade institucional em ano de eleição, entre as quais autorizar a propaganda nos três meses antes da disputa.

O que estamos observando em nosso Estado, no entanto, nos deixa perplexos por vários motivos. Primeiro pela falta de compostura, de compromisso ético, de responsabilidade e de todos os valores que deveriam pautar uma boa administração por parte do Governo do Estado, que esbanja milhões de reais em peças publicitárias, em que exibe uma Bahia que é pura ficção, enquanto a Bahia de verdade amarga  problemas que nos enchem de vergonha, como pacientes nos corredores de hospitais públicos, e falta de carteiras escolares para nossos estudantes.

Segundo, porque não aparece um representante do poder público ligado ao judiciário, para por um fim a esse desperdício imoral, essa farra indecente, como se fosse normal o governante usar o nosso dinheiro para se autopromover.

Como explicar que obras do Governo Federal sejam incluídas nesses comerciais de TV? Será que isso pode ser feito pelos governos estaduais que não são alinhados politicamente com o Governo Federal? Um governador do DEM ou do PSDB, pode divulgar entre suas obras as realizações do PAC? Na Bahia isso está sendo feito em grande escala.

Se ligarmos hoje o nosso aparelho de TV na emissora que cobra mais caro pelo espaço comercial, seremos obrigados a assistir o espetáculo do desperdício governamental das primeira horas da manhã até a noite, em quase todos os intervalos, sem pausa. Um verdadeiro acinte.

Consideramos que é nossa responsabilidade, enquanto veículo de comunicação, denunciar publicamente essa conduta abusiva, que ofende a nossa inteligência e esbanja nossos recursos que, como já ressaltamos,  seriam tão necessários em outros setores que apresentam carências profundas.

Conclamamos a todos os cidadãos de bem e conscientes, a terem uma impressão negativa dessa publicidade inadequada, toda vez que ela for exibida, para que ela cause o efeito avesso ao pretendido pelos que tiveram a infeliz ideia de patrociná-la. Por hora, infelizmente, é o que nos resta fazer.

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