A Tarde
Na Copa do Mundo, o assunto gira, majoritariamente, em torno da maior paixão do brasileiro. E, em se tratando de Copa no Brasil, a empolgação, provavelmente, será maior. Mas, para quem pensa que as empresas perderão a atenção dos funcionários para o evento, a resposta é não. Um estudo da Robert Half aponta que 52% dos diretores de recursos humanos acreditam que o período trará impacto positivo na motivação e disposição dos colaboradores e que 82% das empresas vão alterar a rotina de trabalho.
A pesquisa ouviu 100 gestores de RH em todo o Brasil e concluiu que algumas corporações transformarão o momento em uma oportunidade para estimular os funcionários e promover uma maior integração entre eles.
Para isso, apostarão em ações. Segundo o estudo, 28% farão bolões; 28%, festas temáticas; e 24%, happy hours. “Decorações especiais, bolões e festas temáticas tornam o clima melhor entre os colaboradores, e isso impacta na motivação e integração deles”, diz Lucas Nogueira, gerente de recrutamento da Robert Half.
Empresa da indústria química, a Cristal Global já começou a desenvolver ações. A corporação, que conta com um quadro de 400 funcionários, transmitirá os jogos, notícias e bastidores da Copa em 17 televisões. Além disso, vai disponibilizar um painel de dois metros com a tabela dos jogos do campeonato.
A proposta da Cristal é promover o relacionamento interpessoal entre funcionários de setores diferentes, segundo o gerente de RH, Rodrigo Assunção. “Aproveitamos momentos como esses para motivar as pessoas a se conhecer melhor, criar um ambiente de trabalho saudável e diminuir o estresse. Assim, ganham a empresa e o funcionário”, afirma.
Jogos no trabalho
A flexibilização dos horários ou concessão de folgas aos profissionais durante a Copa podem ser compensados com o aumento da produtividade nos outros dias, segundo o gerente da divisão de recrutamento temporário da Robert Half. Segundo o estudo, 34% vão liberar os empregados mais cedo em dias de jogos e 39% permitirão que os funcionários assistam aos jogos no trabalho.
Na Bahia, as indústrias do Polo de Camaçari liberarão os trabalhadores à tarde nos dias dos jogos do Brasil. As lojas e o comércio, segundo o Sindilojas, funcionarão normalmente, caso seja mantido o ponto facultativo pela prefeitura. “Junho é o quarto mês mais importante em vendas para o varejo, pelo Dia dos Namorados e São João”, diz o presidente da entidade, Paulo Motta.
Para quem trabalha em empresas onde não haverá folgas, a dica é negociar. “É indicado conversar com o chefe, porque faltar é pior. Já o empresário deve pensar na satisfação do funcionário, que é importante para o negócio dele”, diz Isabelli Gravatá, professora de direito do trabalho.
Falta x trabalho nos dias de jogos do Brasil
A dica da professora de direito do trabalho da Faculdade Mackenzie Rio, Isabelli Gravatá, é que as empresas liberem os funcionários nos horários dos jogos do Brasil e compensem aquela hora não trabalhada nos dias seguintes aos das partidas da seleção. A professora recomenda ainda que funcionários que não tiverem direito a folga evitem faltar sem justificativa, já que o trabalhador perde a remuneração do dia.