ONU acusa Coreia do Norte de crimes contra humanidade
Os líderes da Coreia do Norte devem ser levados a um tribunal internacional por uma série de crimes contra a humanidade que incluem extermínio, fome e escravização de sua população, afirmou um grupo de investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (17). O relatório também faz duras críticas à negação de liberdades básicas de pensamento, expressão e religião aos norte-coreanos, e ao sequestro de cidadãos de países vizinhos como Coreia do Sul e Japão. “Violações dos direitos humanos de forma sistemática, generalizada e grave têm sido cometidas pela República Democrática Popular da Coreia, suas instituições e suas autoridades”, diz o documento da Comissão de Inquérito sobre a Coreia do Norte, estabelecida em março de 2013 pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. “Em muitos casos, as violações dos direitos humanos descobertas pela comissão constituem crimes contra a humanidade. Não se trata de meros excessos do Estado, são componentes essenciais de um sistema político e que vão muito além dos ideais sobre os quais afirmam estar fundamentados”, diz o relatório. “A gravidade, escala e natureza dessas violações revelaram um Estado que não tem qualquer paralelo no mundo contemporâneo”. O documento diz que dentre as opções está a possibilidade de o Conselho de Segurança da ONU encaminhar o país ao Tribunal Penal Internacional ou o estabelecimento de um tribunal ad hoc, ou seja, específico para o caso norte-coreano. Os Estados Unidos saudaram o relatório, dizendo que ele “clara e inequivocamente documenta a realidade brutal” dos abusos na Coreia do Norte. Mas a China, aliada de Pyongyang, se opõe fortemente a tal medida, dizendo que ela “não ajudaria a resolver a situação dos direitos humanos” e que um “diálogo construtivo” é a resposta para a questão. A Coreia do Norte enfrenta, há anos, sanções internacionais por causa de seu programa de armas nucleares, mas ativistas dizem que a justiça está muito atrasada quando o assunto é direitos humanos.
Fonte: Agência Estado
Compartilhe